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Odeio quando o JP fica me recriminando por escrever sobre minha vida pessoal neste blog. E daí que escrevo sobre mim? É meu diarinho mesmo, o fato de estar aqui na internet tira a privacidade, mas e daí? Lê quem quer, e talvez até sirva pra ajudar algumas pessoas a não cometerem as mesmas cagadas que eu, ou a pararem de ver a vida de forma idealizada, pois não existem príncipes e nem apenas sapos, dá pra ser feliz de alguma forma, isso eu já entendi faz tempo, mas nem todos vêem a vida assim.
Eu não ligo de dizer o que sinto, o que gosto, o que penso, o que não me agrada, meus choramingos melodramáticos e a análise do último programa da Hebe.
E sabe por quê? Porque eu sou eu e ajo de acordo com minhas vontades, sem que precise seguir parâmetros alheios ou palpites de pessoas "politicamente corretas".
Acho que já quebrei a cara o suficiente pra ter minhas próprias convicções e ter este meu modo freak de encarar as coisas.
Ao mesmo tempo que tenho um certo asco pelas pessoas, algumas conseguem a proeza de me atrair com sua personalidade, com sua inteligência e criatividade.
Eu não me envergonho de dizer o quanto amo o meu namorado e como foi bom conhecê-lo através deste blog de lamentações e fúria.
Não me recrimine por ter isto como forma terapêutica para não cometer assassinatos por aí.
Eu sinto saudades de algumas pessoas que já passaram pela minha vida e pelas quais nutro sentimento de carinho, mesmo que elas não saibam disso, sinto a falta de sua amizade e conversas calóricas comendo brigadeiro.
Fico feliz que as pessoas entrem aqui e até se divirtam com minhas bobagens.
Afinal, a vida é um saco, mas de algumas coisas nós temos mesmo que dar risada, senão surtamos.
De certo modo, fico satisfeita em saber que as pessoas retornam para saber o próximo capítulo inédito desta saga da vida real. Eu sou apenas uma garota que tem uma bicicleta ergométrica chamada Neide.
Eu tenho dificuldades em cagar em potinhos, meu último exame de fezes foi frustrado e fui reprovada no de urina e no de direção, pois quase bati o carro da auto-escola, mas e daí?
Talvez as pessoas gostem de saber que outras pessoas também passam por problemas idiotas e depois desopilam em seus blogs como uma forma de passar o tempo, ou de causar polêmica.
Eu às vezes gosto de causar polêmica, e sou meio xiita.
Mas preciso parar com essa mania de achar bonito certos pontos de vista estúpidos em nome do amor.
Falando nisso, era ótimo o programa "Em nome do amor", que passava no SBT, apresentado pelo meu ídolo Silvio Santos.
As pessoas olhavam as outras de binóculos e dançavam ao som de Julio Iglesias. Silvio Santos devia ter parte dos royalties das músicas do Julio Iglesias, pois não era normal ele tocar tanto aquela merda no programa. Ele tocava, pagava os direitos autorais por tocar a música mas deveria estar ganhando $ com isso também.
Quem quer saber de Julio Iglesias afinal? Eu não!
De certo modo, preciso estudar pra minha prova da Cisco, mas estou aqui perdendo meu tempo.
Até aí, JP tem razão.
Mas eu gosto de falar de minha vida estapafúrdia aqui.
A verdade é que acontecem coisas mais interessantes dentro de minha cabeça do que aqui fora dela.
Por isso posso fazer posts enormes como este, mesmo não tendo saído de casa hoje.
A verdade está lá fora? Talvez aqui dentro da minha cabeça com pipocas de microondas.
E foda-se! E foda-se também meu personal stalker.
Quando entrei no painel do F&D achei lá um comentário desaforado bloqueado do meu fã incompreendido.
Porque afinal, quem me odeia tanto a ponto de voltar sempre pra ler sobre minha vida, só pode ser um fã.
Um dia eu autografo uma calcinha freada pra você, querido! Assim você pendura num quadro e para de me encher o saco.
Bem, eu estou escrevendo só por esporte, não que tenha algo revelador a dizer hoje.
Falando nisso, logo mais tenho que trepar na Neide e começar a pedalar.
Tenho feito meia hora por dia.
E a balança continua a me acusar, chamando-me de gorda-baleia-saco-de-areia, como no primário.
Mas foda-se! Eu não preciso seguir padrões estéticos de magreza mórbida, desde que continue cabendo em roupas de lojas populares, como disse.
Além do mais, eu acho que as pessoas que não conseguem achar um par, são meio bobas, pois ficam idealizando amores impossíveis e sentem-se atraídas por pessoas plásticas, artificiais, e elas mesmas tendem a ser assim.
Eu não. Sou orgânica e às vezes até gasosa, e acabo amando as pessoas pelo que elas são, obviamente dentro de meus critérios de seleção, mas nada de idealizar amores assépticos, sem acne ou pêlos encravados.
E como disse o Ina em um de seus últimos posts, o amor é lindo e torna-nos crianças novamente.
Chega até a emburrecer um pouco, mas é bom. Eu fico chorando no último capítulo da novela, mesmo indignada que a malvada Dóris não se deu bem.
Eu acho brega, mas bonito, embora demasiado açucarado o amor entre dois seres, mas quando eu fico apaixonada perdidamente por alguém, eu fico tão besta quanto e fico escrevendo cartõezinhos de amor com bobagens melosas, mesmo que não obtenha resposta, mesmo que não possa esperar a recíproca.
E fico feliz.
Feliz.
Feliz.
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