Preciso arrumar uma forma de blogar do celular, por SMS...
Durante o dia tenho momentos propícios a posts melodramáticos, mas é embaçado. E agora eu tenho mania de SMS por causa dos torpeidinhos gratuitos da promoção de Natal.
Se pudesse, ficaria enviando torpedos o dia todo e blogaria do celular.
Hoje eu tive um dia de merda.
De merda com milho especial.
Acordei com ela me enviando mensagens as 9 da manhã. Levei um puta susto, claro. Pelo menos botei o celular pra tocar "Radio GaGa" do Queen, quando chega SMS. Dormi na casa do JP e antes tinha acordado com ele de manhã cedo buscando roupa no quarto pra sair com o Elvis, não o Presley, claro.
De repente estava de mau humor. Uma coisa que odeio é quando falo com alguém e não tenho resposta. Fico infinitamente chateada. Acho que isso foi o estopim da coisa.
De qualquer modo, hoje a avó do JP veio me dar bom dia e eu fui logo mandando um "foda-se" pra ela, inteiramente "di grátis". Não nessas palavras. Ela me chamou de "menina". E eu disse que a menina tem nome e o nome dela é Fabiana.
Portanto, não me chame de menina.
Menina parece coisa de quem não lembra seu nome. E não faz a menor questão de lembrar.
Então eu mereço ganhar ferraduras no aniversário. Mas eu tenho nome.
E em pleno sábado, ter que se vestir pra ir trabalhar na melhor parte do dia, das 14 às 20hs, me deu o atestado de pedreirice. Óbvio que fui me arrastando, sem a menor vontade de continuar respirando. Quem merece trabalhar em pleno sábado, quando os pássaros cantam e fazem cocô nas árvores e o sol causa dermatites lá fora?
Eu não mereço. Mas fui. Fui trabalhar e atendi quase 120 (se não mais) ligações. 99% delas pedindo informações sobre recadastramento das operadoras. Nem durante a semana atendo tantas chamadas.
E o pior é que eu tinha esperanças de passar o dia estudando.
E não pude. E minha garrafa d'água estava com gosto de peido e cheiro de repolho. E joguei ela no lixo.
De noite tive gases, mas o fofucho foi me buscar na senzala, e fomos comer no West Plaza.
Comemos nossos respectivos lixos depois pegamos o ônibus pau de arara do shopping. JP estava com uma cara "ótema", de quem estava esperando só o frango a cacarejar no porta valises.
Eu estava achando que ninguém me amava mais e comecei a chorar no ônibus do shopping enquanto bebês gritavam no colo de suas mães ogras. E fiquei infeliz por ter uma vida de proletária endividada e gorda, com um namorado sem expressão facial ao lado a me consolar.
Comprei pesinhos pra fazer ginástica e talvez diminuir as banhas que balançam no braço.
Mas a vida não faz mais sentido, porque eu mando velhinhas indefesas tomarem em seus respectivos copos de suco de tamarindo coisas inomináveis. E no final das contas, nem me senti tão culpada assim, o que é pior ainda.
Quando eu acordo de saco cheio de tudo, é realmente daí pra pior.
Sabem "um dia de fúria"? Eu bem que tento me controlar, mas nem sempre dá. E quanto mais eu seguro, pior ficam as coisas.
Hoje intimei uma garota do trabalho, supostamente supervisora (ou auxiliar de), a responder a todos por que os vale-lanches não terem aparecido ainda e onde estão os holerites de dezembro, já que a empresa se comprometeu a pagar-nos de um modo que não está sendo cumprido, inclusive estando em contradição com as leis trabalhistas e blábláblá...
Meus colegas devem ter achado lindinalvo... enfim, a cidadã, que já não falava muito comigo, deverá falar menos ainda, mas foda-se ela.
A cada ligação que chegava, eu praguejava. Eu queria estudar durante a tarde e aquele povo mala pra caramba que não lê meu blog, desinformado até as cutículas, ficava pentelhando por causa desse raio de cadastramento.
Lady Smurf, nunca falha. 19:59:35, toca o telefone. Só resta atender. Só faltava essa. Aposto que vai demorar. "Esse telefone tem viva voz? Como funciona o correio de voz? E a discagem por voz? E os comandos de voz? E o raio que o parta?" E lá se foram 15 minutos e passei do meu horário. Isso porque eu estava obviamente contando os segundos pra ir embora.
Mas tudo bem. Eu até tento não me abalar com as coisas ruins da vida, mas não posso ser hipócrita de dizer que as coisas exteriores não me aborrecem, porque me aborrecem e muito sim. Especialmente pessoas negativas por perto, que tendem a sempre achar tudo ruim, pessimistas e negativas. Eu costumo andar pelo lado das esperanças utópicas. Tô fodida mas tô feliz.
E no entanto, chega uma hora que vc precisa dar chega em tudo isso. E aí chora. Chora baldes, rios e oceanos de lágrimas fresquinhas com ph aprovado pelo ministério do meio ambiente. Aí tudo volta ao normal.
Ainda tô nessa fase do semi-foda-se e dos baldinhos de lágrimas quentinhas.
E sei que tudo ficará zen novamente, mas espero que não fique zen graça.
Não quero pessoas zen graça, pessoas zen senso de humor. Quero pessoas felizes, que sorriem e me beijam, sabe?
Desde que escovem os dentes, claro.
E quero um emprego melhor, porque se eu pedir demissão, reclamarei que não tenho emprego.
E eu preciso parar de reclamar, mesmo que esse seja meu blog das lamentações e meu consolo ínfimo e silencioso nas trevas da internet. Sei lá, como um travesseiro virtual onde eu desabafo minhas mágoas. Mas mesmo assim, preciso parar de ficar pentelhando reclamando e choramingando.
Se bem que desabafar é sempre bom. Evita o assassinato de velhinhas, namorados e pessoas no trabalho.
Deixa pra lá.
Durante a semana vi uma garota na rua com o cabelo tão grande que batia nas batatas da perna.
Fico imaginando se ela depila o resto do corpo ou se o resto acompanha o padrão de crescimento capilar.
Ela estava de saia, e as pernas não pareciam peludas, então imagino que ela raspe as pernas pelo menos, o que não faz sentido, porque se ela raspa as pernas, poderia muito bem cortar aquele cabelo horroroso, a não ser que tenha feito promessa pra padim Ciço.
Aquilo deve ser um horror pra desembaraçar. Me faz lembrar aquela peruana que entrou pro Guiness e que me faz ter nojinho pois me lembra de todos os bichos que morreram no cabelo do Bob Marley, o que não daria pra catalogar em menos de 10 anos.
Hoje tinha uma mulher com pernas peludas no metrô, usando saia, e os pelos faziam voltinhas atrás das pernas.
Eu não posso ficar me gabando muito, mas pelo menos não fico assim me expondo de saia no metrô mostrando minhas pernas cabeludas. Eu até me depilo de vez em quando, podem perguntar pro JP.
De qualquer modo, melhor deixar pra lá, essa curiosidade mórbida de quem não tem o que fazer, é foda.
Freak show é pouco!
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