Seguindo a série de posts do domingo, aquele post perdido, vou novamente escrever o que já era pra constar aqui.
Desta vez, era uma reflexão sobre a solidão e a decadência do ser humano.
(Já notaram como adoro falar sobre a decadência?)
Estava sentido pena do meu pai. Acho que ele levou um pé na bunda da Stefânia. Queira Deus que eu esteja errada, mas ela não o procurou neste final de semana/feriado, assim como não vi sinal de sua existência no final de semana passado, o que me faz pensar em novela mexicana, a realidade da minha vida neste planeta. Ou seja, suponho que uma terceira pessoa exista neste relacionamento, ou então, ela simplesmente acha mais interessante jogar bingo com as amigas no clubinho de senhoras católicas apostólicas romanas do 5º olho. Sei lá.
O que eu acho realmente foda em tudo isso, é que meu pai não possui vida social como um cidadão normal. Se não é a namorada pra tirar ele de casa, ele só sai pra ir ao banco, comer e trabalhar e, mesmo assim, a contra-gosto. Eu não tenho a menor paciência pra ficar dando atenção à ele, seus tiques nervosos, manias, amigos imaginários e esquisitices mil. Não consigo manter diálogo com ele sem me irritar com o machismo, pentelhagem sem motivo, ofensinhas baratas e essas atitudes tão conhecidas que fazem parte de sua personalidade, mas com a qual não me acostumo.
Fico preocupada. É provável que a depressão faça companhia, junto com a solidão habitual. O auto-isolamento, a falta de interação com outro ser vivo, o quadro esquizofrênico não diagnosticado aliado à idade avançada, são fatores bombásticos para qualquer ser não-monocelular. Enfim, não sei se arranco meus cabelos ou se me jogo da janela. Sinceramente, é bem normal o pensamento voltar às vias suicidas a cada vez que meu foco de visão pousa sobre aquele velhinho cheio de manias estranhas. Só queria que ele fosse mais sociável, gostasse de bichos, soubesse conversar com inteligência, aliás, que possuísse alguma inteligência, parasse de fechar as janelas em dias de calor insuportável, respeitasse minha privacidade (até agora inexistente), deixasse de mexer nas minhas coisas e fosse menos hipócrita. Sei que ele às vezes tenta se esforçar pra me agradar, mas ele nunca notou coisas tão básicas! E fico triste, muito triste com isso.
Todo dia eu fico chateada e espero que um meteoro caia sobre minha cabeça. E infelizmente, eu não posso fazer nada.
Não posso deixar de viver minha vida por causa dele. Ou eu perco meu tempo (e auto-estima-não-existente) com os caprichos e suas manias, ou tento achar um modo para ter um futuro razoável longe daqui. Eu prefiro a segunda opção, é claro. E farei isso sem peso na consciência, pois minhas palavras sempre são esquecidas em 5 minutos.
E é isso. Eu me preocupo. Eu me entristeço. Acho que o final da vida de uma pessoa, quando se torna solitário, frio, monótono, cinza, é apenas o reflexo de um problema arrastado por tanto tempo, que não se teve a coragem de encarar. Não desejo isso a ele, não gostaria que fosse tudo assim. Mas não sou responsável por isso, se ele se fecha em seu mundo particular, como faz um autista. Paciência.
Vamos mudar de assunto.
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