sexta-feira, setembro 12, 2003

Why don't you kill me?

Por que o idiota do Samuel não me oferece alguma coisa que não seja "pijama de flanela" ou comida? Puta merda!
Como disse n'outro dia à Juliana, cicuta e Fabiana jamais poderiam ocupar o mesmo lugar no espaço. Somos incompatíveis; na verdade, absolutamente mescláveis, e este é o verdadeiro problema.

Eu não preciso de pijamas. Eu não preciso de nada disso, caralho. Será que ninguém entende?
Eu não tenho ninguém pra me dar um abraço. Porra!

Os velhos em minha vida nunca foram bonitinhos e inócuos como os da novela.
Eles me enlouquecem, fazem coisas absolutamente desnecessárias, só pelo prazer de me tirar do sério.
Não, eu não tenho mais paciência. Já acabou meu enorrrrme estoque.

Eu peço: não tome banho de chinelos, e encontro o chão do box PRETO com marcas de havaianas morféticas.
Eu digo: abaixe a tv, e o som fica cada vez mais alto até que meus ouvidos gritem.
Eu sempre me senti só, e não quero agora uma mão fria friccionando meus cabelos.

Eu tenho meu gosto próprio, não preciso que um idiota diga "eu não aprovo". Que me importa o que ele aprova ou deixa de aprovar? Ele nunca interferiu em minhas escolhas e não é agora que irá começar.
Se eu, com 15 anos, tinha comas de entorpecentes e ninguém interferia, por que justo agora que levo uma vida pacata abrirei as portas para que tentem controlar-me? NUNCA!

Estes seres não ligam para seres vivos. Desconhecem sentimentos e emoções verdadeiras. Ficam lá, lendo Lair Ribeiro e apontando o dedo para a sua cara: "Não quero você andando com negrinhos!".
E quem não tem problemas, não é mesmo?

Espanque-me mais! Oh, yes! Eu gosto de sentir as agulhadas e a lâmina afiada da tortura emocional e psicológica familiar. Talvez doa mais que a dor física em si. Mas já estou tão acostumada... gosto de sentir as lágrimas salgadinhas escorrendo pelo rosto e aí penso na densidade do sangue altamente calórico que corre em minhas veias velhas.

A vida será sempre esta velha pelancuda cheia de doenças venéreas? Até quando?



Bem, eu gosto de um drama. Pode me chamar de A Garota Que Gosta De Exagerar. E foda-se, nem eu mesma ligo, no final das contas, quanto mais alguém que supostamente perderá seu tempo lendo isto...
Eu e meus diálogos comigo mesma... non bom, non bom...


Eu durmo de madrugada, quando ele já está dormindo, e acho ótimo o silêncio, e tento acordar quando ele já não está mais em casa, mas agora ele se aposentou e ficará enraizado neste decadentíssimo apartamento até que alguém arranque ele dos tacos de madeira.

Meu namorado já foi dormir, nem tive tempo de ligar pra dar boa noite.
E eu sempre durmo com os pinguinzinhos de pelúcia. Às vezes sinto a falta de uma vida de verdade, fora de mim mesma e além das minhas crises existenciais.

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