segunda-feira, março 31, 2003
Pois é. Quando ficar milionária terei um desses. Só pelo prazer de crimpar um RJ45 com uma ferramenta possante como esta. Deve ser um tesão. Olha, até me arrepiei!
Fui hoje pra aula da Cisco e não fiz prova. A pauta do dia hoje na sala, em nossas conversas infanto-juvenis-púberes-pervertidas foi o de sempre: sexo com cocô, discos voadores, mais cocô, encanamentos entupidos e, o preferido do meu colega que bebe pinga de macumba: sexo em cemitério (que eu, particularmente, dispenso, além do resto). O Paganini não deu aula, o monitor com cara de inexpressivo pseudo-nerd não opinou e, ninguém conseguiu estudar porcaria nenhuma (e eu bem que tentei).
Após a aula, fui fazer as entrevistas para a matéria de jornalismo que meu grupo havia combinado. O tema é alfabetização de adultos. Como lá no CIEE há um programa de alfabetização, procurei a responsável pelo mesmo, para obter informações importantes para meu trabalho. Para isso, marquei horário com ela para hoje às 18 horas. Esperei mais de uma hora lá sentadinha e depois fui procurá-la. A dita cuja simplesmente não estava lá. Lindo, não?
Mas o bom é que, aproveitei para conversar com os alunos analfabetos. Cada um com sua história, cada um com seu jeito de expressar-se; mas, com algo em comum: o interesse no aprendizado, mesmo "tardio". Até mesmo velhinhos estão lá, com dificuldades, aprendendo o beabá. Cada um, motivado por algum fator, descobrindo o universo dessas letrinhas que, para nós são tão familiares...
Olha, realmente achei fantástico. O povo é, ao mesmo tempo igual e diferente de nós.
Iguais por sermos todos seres humanos, movidos por sentimentos, sentidos orgânicos, medos e sonhos.
Diferentes pelas oportunidades (ou a falta delas) que tivemos, diferentes pelo ambiente ao nosso redor, pelas histórias marcantes, tristes e tão humanas.
O primeiro ser com quem falei, era o típico matuto. Ao começar a conversar com ele, o mesmo se calou. Talvez por medo, não saber o que dizer, não sei. Ele murmurou o nome, ao perguntar-lhe, me senti embaraçada por não entender picas e não saber escrever o nome do coitado (ô nomezinho complicado, hein?!). E fiquei meio sem jeito de perguntar como se escrevia o nome dele, afinal, o cara é analfabeto (mesmo sabendo escrever o nome. Como pedir que soletrasse o nome, sendo que, a palavra "soletrar" já é uma navalha no pescoço intimando-lhe?). Depois deste primeiro contato, frustrado, achei melhor passar para o segundo candidato, na esperança de um diálogo mais produtivo.
José Milton. Achei que se chamava Josemilton, assim tudo junto, mas depois vi em seu caderno a verdadeira sintaxe. Cabra simpático. Da Bahia. O típico nordestino que não pode estudar na infância, tendo que trabalhar desde cedo. Não podia conciliar ambos e, mesmo tendo estudado num passado distante, não aprendeu muita coisa.
Estas pessoas, assim como milhares de outros de histórias tão parecidas, aprenderam muito mais com a experiência de vida, dura e cheia de cicatrizes.
Dessa vez, foi mais animador: o José ficou todo animado e começou a falar, respondendo tudo o que perguntava, não exatamente como esperava, mas de um modo muito verdadeiro, com certa emoção, sabe?
Contou-me o que achava de tudo aquilo e uma simples frase, ratificada por duas ou três vezes, sintetizou bem o que aquilo tudo significava para sua vida: "Acho ótimo!".
Lá, também conversei com a Edivalda, simpaticíssima mulher, e também entusiasta. Ambos me mostraram seus cadernos. Não com o capricho dos adesivinhos da nossa infância de canetas multicoloridas. Ditados e fragmentações silábicas desenhadas a lápis. E o capricho sóbrio de quem está lá, superando suas próprias expectativas, pela vontade de ser como nós, desta "elite" que pode ler e escrever como extensão de nós mesmos. Querem apenas recuperar o que o tempo não os permitiu. Apenas a chance de poder escrever o que sentem para um amigo distante, endereçar uma carta, e poder saber o que diz na capa das revistas, além daquelas fotos. É fantástico.
A dona Josefa, de aparência menos maltratada que os demais colegas de sala, visivelmente vêm de um ambiente diferente, onde a vida foi menos hostil. Mãe de 3 filhos já em fase de conclusão do ensino superior, o mais novo de 25 anos e o mais velho de 29, foi extremamente vitoriosa no perfeito diálogo que teve comigo nos breve minutos que antecediam sua aula. Muito diferente do primeiro aluno, o senhor de aparência indiferente, que não soube se comunicar.
Falou de sua felicidade em poder voltar a estudar e, no orgulho de poder ter dados aos filhos a oportunidade que não teve. Segundo suas palavras: "plantei uma árvore, cuidei e ela agora está dando frutos bons". Tamanha dedicação lhe rendeu um orgulho que, imagino que seja recíproco pelo olhar de seus filhos pois, pelo menos a meu ver, só o fato de estar lá, junto com os demais estudantes, é um atestado de sucesso que, nós todos, como cidadãos privilegiados, temos mais é que nos orgulhar.
É claro que o analfabetismo é triste. Porém, ver o pessoal vindo de longe, se esforçando pra aprender, pra fazer daquelas letras um sentido para suas vidas, é especialmente cativante. Depois de tudo isso, fiquei muito orgulhosa de todos eles. É foda. Muito foda.
Fiquei muito feliz de poder compartilhar alguns minutinhos conversando com eles. É bem interessante. Não é um exemplo de diálogo gramaticalmente correto e formal. É apenas a demonstração de como somos, brasileiros, humanos, com sonhos e diferentes perspectivas da vida.
Muitos podem ser felizes com muito pouco, e nem sabemos.
Ficamos preocupados com pouca bosta no final das contas. Somos egoístas o tempo todo.
Sou grata a meus pais, embora alienígenas, das possibilidades que tive de poder estudar e ser quem eu sou. Com dificuldades, é claro, mas não posso reclamar de nada.
Acho que, como o ato de escrever, que pra mim é algo muito importante, essa atenção que podemos dar para o outro ser humano ao seu lado, é algo tão valioso quanto.
Foi bom.
Enfim, meu amor estava fazendo um curso lá perto, e pude vê-lo após minha aula e a conversa com o pessoal lá do CIEE. Fomos embora num ônibus desnecessariamente lotado. Insuportável. Ficamos como sardinhas enlatadas e prensadas, derretendo naquele forno, sauna de pobre a R$ 1,70, sem eucalipto. E o desodorante insistentemente vencido, dando o ar da graça ao levantar o braço pra se segurar no trajeto. Imóvel. A mão suava e eu escorregava, tombava e o JP, coitado, me segurava. Me irritei e mandei o cidadão sentado no banco da frente segurar meu caderno e o livro que tinha na mão. Tem gente que não se mobiliza, mesmo com o óbvio estapeando sua fronte.
Enfim, chegamos na Paulista, onde meu amado e eu fomos no Stand Center fazer um tour pelo bem da nação.
Meu amor me deixou na faculdade e depois foi embora. Mesmo eu tendo insistido pra que ele ficasse quietinho na minha bolsa, mas ele não quis... Hahaha!
Poxa, eu amo esse garoto! =o* Ele é lindo, fofo, inteligente, perfeito. E meu, o que é melhor.
Voltando da faculdade, indignada por ter pago uma multa de 3 reais por um dia de atraso na devolução de um livro na biblioteca (eles contam o domingo como um dia a mais, mesmo não trabalhando neste dia e não sendo dia útil, o que é ridículo), fedendo como o Pepe Le Pew, o gambá do desenho animado, ávida por uma coca-cola gelada e com fome, me surpreendi com uma coca na geladeira e passatempo recheado (embora não deva comer essas porcarias), providenciada milagrosamente pelo meu pai, o que é um fato que merece comemoração. Foda! Isso foi muito legal.
Enfim, estava tão desanimada achando que não teria nada além de água e pão integral com catupiri vencido pra comer que, ao encontrar isso em casa, foi uma surpresa e tanto. Hahaha!
Comi e vim blogar. E acho que me empolgay. Oui, madam!
Língua: alemão | Pronúncia: 'tsajtgajst'
Acepções: substantivo masculino
Espírito de uma época determinada, característica genérica de um período específico.
Obs: inicial maiúsc.
Ex.: o romance respira todo o Zeitgeist daqueles tempos.
Etimologia: al. Zeitgeist, de Zeit 'tempo' + Geist 'espírito'.
Assim disse o Houaiss.
E eis que tenho uma nova palavrinha no meu vocabulário pobrinho, para minhas redações pseudo-cults e melancólico-sarcásticas. Usarei esta palavra durante a semana em alguma coisa qualquer. Acho que vou aproveitá-la na redação que entrego amanhã (a qual eu já deveria estar fazendo há séculos)... Talvez...
domingo, março 30, 2003
Após este singelo momento de fúria particular, voltemos ao post em si, que é o que interessa afinal.
Domingo fui com meu amor almoçar no shopping Frei Caneca. Comi um paillard (que não sei como se pronuncia até hoje) de filet mignon com fetuccine (que não sei como se escreve, o que importa é que é um macarrãozinho) na manteiga e esqueci de por queijo ralado. Isto não constava no post original, mandado para a Jamaica do Sul, mas deu vontade de escrever, para que salivem ao ler. Uma leve presença de sadismo em meu eu, sabe?
Após nosso almoço, fomos no cinema, lá no Unibanco Arteplex. Assistimos Demolidor, que eu amei, contrariando totalmente as expectativas e o pré-julgamento errôneos que meu amado tinha do meu gosto por filmes. Resumindo, eu gosto de qualquer coisa quase, em se tratando de filmes. As maiores restrições são quanto aos pornôs apenas. Não gosto de coisas bizarras, percebe? Deixa pra lá.
Enfim, após nosso cine inofensivo, passamos na locadora, viemos pra casa e assistimos Fora de controle, que é justamente como eu fico na presença dele. Quanto ao filme, é bem razoável, mas tive a impressão de já ter visto, ou de já ter visto o trailler, qualquer coisa assim. Soou familiar, não foi uma novidade excepcional.
A melhor parte mesmo, é estar ao lado dele, ofcourse.
No sábado, nós fomos almoçar no shopping metrô Tatuapé e tomei um milkshake de Ovomatilde, quebrando todos os tabus existentes em meu íntimo, que ignorava a existência de tal artefato até então. Na verdade também tomei um noutro dia, mas dá na mesma. Passei 22 anos sem coragem de tomar isso e, mesmo constando o tal produto de ovo e Matilde nas listinhas negras de alimentos transgênicos do Greenpeace/Idec, resolvi chutar o balde e tomá-lo, com farofa e tudo. E não morri, vejam só!
Depois de tamanha demonstração de fagocitose extra-sensorial, fomos pra casa dele. Presenciei uma luta entre JP, com sua marretinha de ouro, e o gabinete, que não quis aceitar uma placa de vídeo como parte de seus intestinos sagrados. Foi lindo. Nisto, tentei uma rápida lida no livro que o amado está lendo, mas não deu muito certo. E uma rápida conversa com minha futura sogra também. Enfim, depois viemos pra minha casa e nada de magnífico ocorreu.
Aliás, ocorreu sim, em parelelo, mas não foi tããão magnífico de qualquer modo.
Chegando em casa, nos deparamos com milhões de olhinhos enrugados apontando em nossa direção! Era uma reunião secreta da liga da 3ª idade do prédio. A vizinhança, motivada pelo milésimo aniversário do meu pai, compareceu a este território horrendo para cantar parabéns, filar um cafezinho (como se tivesse algo além de água aqui em casa...) e botar as fofoquinhas básicas em dia.
Eles que me perdôem, mas não fiquei dando atenção pros simpáticos vizinhos não... Sábado é dia sagrado, de grudar no namorado e encher o saco.
E ontem caiu o Speedy durante horas, por causa da maldita-piolhenta-que-vá-pro-diabo-Teleafônica. E fiquei relembrando dos velhos tempos, em que a conexão dial up era boa... Oscilei dos 14400 aos 32000 bps e não fiquei feliz, obviamente. Então nem bloguei, pra não me desesperar mais ainda. Nem preciso dizer que a Telecômica contrata macacos pra trabalhar lá, né? É uma bosta cheia de milhos.
A parte boa, é que ganhei de meu idolatrado-salve-salve-namorado um cd dos Bítous, com 26 álbuns completos, em MP3, com interface interessante, com capa de todos os cds, letra das músicas e um player integrado, e até eticétera, veja só! Pura luxúria. Podem morrer de inveja agora.
sexta-feira, março 28, 2003
Serei eu possessiva demais? Exagerada demais? Sei lá, não importa.
Acho que apenas amo ele demais. E gosto disso. Exceto de sentir tantas saudades...
quinta-feira, março 27, 2003
Mas assim que cheguei na faculdade, vim ilustrar minha idéia tão brilhante. Hahahahaha! Imagine se fosse tudo assim ao pé da letra! Hahahaha!
quarta-feira, março 26, 2003
Depois vim direto pra faculdade e, estou agora a blogar, porque blogueiro que se preze, bloga até do banheiro.
Sei que falar da guerra é meio chato mas, é a realidade que está nos rondando agora. É tão bizarro que chega a ser meio surreal. Ao ver as fotos da destruição em massa, dos civis feridos e sobreviventes, me pergunto se é verdade ou um pesadelo do qual quero acordar. Triste... muito triste.
Nossos políticos insistem na idéia de que há raças, quando raça é um termo usado pra definir apenas marca de cachorro, porra!
Onde esse mundo vai parar? Ficam com esse remorso tardio pela escravidão dos negros e de algum modo, acham que devem quitar uma dívida que não mais faz sentido. A escravidão é passado. Nossa sociedade hoje, não distingüe a pobreza por cor de pele. Há negros e brancos passando fome. E impor quotas para reinserir uma parcela da população na sociedade, é usar do mesmo artifício racista que já manchou-nos o passado.
Que idéia estúpida! Querem dividir a sociedade em segmentos que não fazem sentido algum. Nosso país principalmente, é característico pelas misturas entre pessoas de origens tão distintas, do europeu ao indígena, ao africano e ao alemão. Não existe ninguém 100% branco ou 100% negro. É idiota querer afirmar que somos diferentes após este tabu ser desmistificado com provas científicas.
Hoje, necessitamos de melhorias na educação de base, de melhorias na saúde pública, de atitudes governamentais benéficas a todos os cidadãos, que faça juz aos impostos pagos. Não precisamos de novos racismos baseados no pensamento restrito. Não é por ser branca e estar insegura quanto à minha vaga na faculdade pública. É por ver a falta de ceticismo nas pessoas que constituem as leis de nosso país.
Enquanto deficientes aguardam melhorias para sua locomoção ao ir trabalhar, enquanto crianças saem das escolas assassinando a gramática, faltando moradia e alimentação para tanta gente, que não é desfavorecida apenas pela cor de sua pele, ficam querendo inventar moda folclorizando o cidadão de acordo com suas origens.
É ridículo pensar que, a imposição de quotas para negros favorecerá alguma coisa. É bem provável que o negro que entrar na faculdade através de sua quota assegurada pela lei, e não por merecimento, e não por capacidade intelectual verdadeira, estará tomando o lugar daqueles que, independente de sua origem sócio-cultural, provaram estar aptos para a vaga não-quotizada através de um vestibular.
Se as quotas forem garantia de vagas para este segmento definido por cor (o que já será outro problema, sendo que, você pode ser branco tendo avós negros e exigir sua participação como negro, se assim lhe convier), é possível que haja evasão escolar desnecessária, já que, as faculdades não deverão regredir para que os menos capacitados possam acompanhar. Certo preparo para a vida acadêmica é necessário e, nem todo o negro vindo da política de quotas estará apto para isso, sejamos realistas.
A periferia não é apenas de negros e nem todo negro é pobre e ignorante. Há nordestinos, brancos, negros, mulatos, paraguaios e outros seres exóticos que são tão humanos como você. Todos somos iguais organicamente. Todos temos senso crítico e capacidade intelectual. Temos um cérebro para usá-lo e não para ler a revista Contigo. Perante a lei, não deveria ser diferente.
Acho que, ao invés de ficarem inventando moda para novamente segmentar uma sociedade que não possui espaço para este tipo de tabu, devemos pensar no que é realmente prioridade.
Senão, em breve haverá quotas para os orientais também, e assim, ressuscitaremos a idéia pré-cambriana e antiquada de que somos diferentes e o mundo é quadrado, quando o que muda, é apenas o formato do olho, o cabelo e o bronzeamento. Isso não influi na capacidade do indivíduo, mas há ainda quem defenda o contrário.
O governo deveria pensar em coisas mais importantes, me poupe! Enquanto o próprio povo não se der conta desta bobagem que fazem ao se auto-excluir do convívio geral, por se sentir uma parcela minoritária e injustiçada por coisas que não mais têm sentido ou finalidade prática, não evoluiremos.
O mundo já é competitivo o bastante, para todos, sem distinções.
Ao invés de ler a revista Capricho, que ensinem os jovens a pensar! Que façam juz à nação em que vivem e com a qual devemos contribuir.
terça-feira, março 25, 2003
Querido diário, gostaria de saber escrever. Sim, escrever coisas que causem impacto, sejam agradáveis e tenham embasamento e sentido pro leitor. Porque de non-sense já basta a minha vida. Quero escrever pérolas para as bijuterias da literatura universal e virar imortal. Por enquanto, resta convencer meus poucos leitores blogueanos.
Me sinto uma estúpida ao responder perguntas como "qual seus livros favoritos?", porque ainda não li 20% do que gostaria. Acho que só agora (de 1 ano pra cá) estou começando a ler mais. Não posso chegar ao final do ano sem ter lido uns 50 livros.
Esse ano eu já li o Ilusões Perdidas do Balzac, Sexo na cabeça do Verissimo, Cidade de Deus, do Paulo Lins, lá pro final/início de ano li Estação Carandiru do Drausio Varella e Hollywood, do Bukowski. Agora estou lendo os da faculdade, que nem contam muito.
Eu quero aprender economia e matemática financeira (e não-financeira também, e geometria). Quero ser phoda com phd.
Quero ser jedi e ter um light saber pra decepar a cabeça de pessoas burras. Quero um upgrade de neurônios também. Minha cabeça não assimila bem toda a informação despejada durante o dia. Ler e guardar a informação está cada dia mais difícil. Por isso eu surto. Surto e vocês lêem tudo, ainda por cima. Eu, hein?
segunda-feira, março 24, 2003
Alguma alma caridosa poderia me emprestar? Sagú? Oh, céus!
Sinceramente, adorei esses micros novos da Cásper. Adooooro micro na cor preta. São tão sexys... ui! E esse tecladinho me agradou muito também. Os caras devem ter gasto uma fortuna, porque é tudo da IBM, Pentium 4. É bom mesmo.
Enfim, não tenho nada a dizer. Estou menstruada, preciso de uma massagem nas costas e tenho que ler a metade de um livro pra daqui a pouco. E não estou com a menor vontade de fazer isso. =oP
domingo, março 23, 2003
Fiz o template. =o)
sábado, março 22, 2003
Aliás, acho uma bosta não ter um tema de igual interesse entre dois interlocutores, que possa ser discutido. Fica aquele silêncio corrosivo, que vai enchendo o saco.
Acho melhor mesmo que eu discuta minhas idéias comigo mesma, porque assim, é possível que eu mesma entenda e fique tudo na mesma. Ou não.
Tenho um monte de coisas pra ler. Isso é muito bom.
sexta-feira, março 21, 2003
quinta-feira, março 20, 2003
Não tenho nada a declarar de importante. Encontrei Gurmiélen na faculdade outra vez. Dei um oizinho e só. Está calor e daqui a pouco vou passar mal.
Webcam emprestada (apoio cultural) do Leiteiro.
Hoje fui na livraria Cultura e comprei 2 livros pra faculdade: Devemos fazer tábula rasa do passado?, do Jean Chesneaux e Sobre ética e imprensa do Eugênio Bucci.
Exames psicotécnicos feitos por mim, tornam-se exames psicodélicos após 5 minutos. =o)
quarta-feira, março 19, 2003
Daqui a pouco tenho que sair pra botar um driver num micro lá no centro. Que saco. Espero fazer tudo rapidinho pra chegar bem cedo na faculdade e dar um pulo na biblioteca e na secretaria. =oP
Eu não consigo cagar em potinhos. Como se faz pra cagar num potinho? A merda fica inibida com a presença de potinhos! O que sugerem?
Vou tomar banho. Beijo nas crianças.
Estou começando a entrar na rotina da faculdade...
O professor de História da comunicação é um doido. Fica fazendo pinturas rupestres na lousa e deixa todo mundo perdido. Horror!
Comi cheeseburgueres a um real cada.
Xixi eu farei. Dormir eu irei.
terça-feira, março 18, 2003
Adoro coisas de visual impactante. Coloquei minhas filhas (as joaninhas do Illustrator) no template. Em breve farei variações em verde fluorescente, laranja e amarelo. Hahahaha! A não ser que me internem antes...
Também conviveu conosco uma abelha em ataque epilético na lâmpada do meu quarto. Oh, coitada...
Hoje não tenho muitas declarações a fazer.
Eu detesto aulas de história... são meio obcenas pra mim. Da dimensão de onde venho, essas coisas são assustadoras.
segunda-feira, março 17, 2003
Meu amor está fazendo um curso lá perto, e passou lá no CIEE na saída. Ele me trouxe até a Cásper. =o)
Passei na livraria da Unesp e comprei o livro A arte de fazer um jornal diário, do Ricardo Noblat. O chato do JP não me deixou pagar. Humpf. =oP
Enfim... finalmente consegui uma senha genérica pra usar o computador da Cásper. A conexão é bem rápida. Amém.
Sábado fui com o JP na Livraria Cultura encomendar meu livro de história.
Depois fomos almoçar no Bob's e passamos no Promocenter/StandCenter pra dar uma olhada nas coisas.
Viemos pra casa e vimos Star Wars, episode V (o império contra-ataca - acho). Meu amor é a coisa mais fofa do mundo. =o) Amo muito ele. Hihihi!
Domingo, pé de caximbo, almocei com meu amor no Viena do shopping Higienópolis, o bairro anti-higiênico.
Depois viemos ver Star Wars, episode VI (o retorno do Jedi). E foi lindo. Hahaha!
E tiramos foto testando webcam. Eu amo esse garoto. =)
domingo, março 16, 2003
Precisavam ver o chilique de hoje por uma caixa de disquetes... como se disquetes tivessem muita finalidade no mundo hoje.
O velho está cada dia mais ridículo. Egoísta, cheio de manias, insuportável. Mal educado, grosso.
Não adianta falar com ele: não possui memória. Pra ficar na internet vendo sites pornôs, é eficiente que é uma beleza. Foda-se.
Vou almoçar.
sábado, março 15, 2003
sexta-feira, março 14, 2003
A C&A virtual era uma merda mesmo! Da única vez que comprei coisa por lá, faltaram peças na numeração que constava ter no catálogo virtual, foi uma piada. Bem feito. A Marisa é outra que segue a mesma tendência. Nem certificado de segurança digital eles exibiam quando entrei lá pela primeira vez (só agora resolveram botar).
Assim não dá. Ou eles brincam de ser uma loja virtual como o Submarino, ou não brincam.
Blé! =oP Vou dormir.
Na vida tudo passa... menos na casa do Parmênides. Ou: quando o "ser é, e o não-ser, não é."
{ Porra, perdi meu post. Merda. E a culpa foi minha, nem foi do Blogger. (Burra!) }
Como ia dizendo, ontem tive aula de Antropologia e Filosofia. Na aula de filó, fui obrigada a apresentar aos alunos presentes (em tonalidade de pele vermelha, por conseqüência), o meu amigo de infância, o filósofo Parmênides. Parmênides era um cara bacana... ele nasceu em 510 a.C. e foi um poeteiro, além de filósofo grego. O cara filosofava que era uma beleza, vocês tinham que ver! Ele ficava me dizendo, ao pé do ouvido: "Fabiana, o ser é! O não-ser, não é! Tá me entendendo?". E eu achava aquilo tudo lindo... e fiquei filosofando junto. O Memê, (apelido do Parmênides, só pros mais íntimos) ficava lá, tomando seu suco de maracujá enquanto recitava seus poemas enigmáticos que ninguém entendia (nem eu).
Num deles, dizia assim: "não podes conhecer aquilo que não é, nem expressá-lo em palavra. (...) Pois pensar e ser é o mesmo. Pouco me importa por onde eu comece, pois para lá sempre voltarei novamente. (...) Este é o caminho da convicção, pois conduz à verdade.". E assim, ficávamos lá na varanda da casa dele, em Eléia, caçoando da cara do Heráclito, que por sua vez, achava que o movimento, o fluxo do fogo na natureza, a inconstância da aparência, eram a verdade. Ah, coitado...
O meu amigo Memê me explicou então o que acontecia. Já que, "ser é", e "pensar e ser é o mesmo", então, a verdade = ser = pensamento, o que faz dela (a verdade), única e indissolúvel, indivisível e imortal, porque "o ser é contíguo ao ser", "é sem começo e sem fim". Entenderam?
E assim, fiquei lá comendo uva na chuva com o Parmênides, e filosofando com ele sobre as atenienses gostosas e essas coisas da vida. Coisa de quem não tem mais o que fazer, né? Mas é melhor que futebol.
O Parmênides era um cara monista, que por sua vez, é aquele que acredita na concepção de unidade (monos). Por isso que a verdade, ou a realidade, são uma só. Movimento, opinião humana e aparência são tudo coisa do Heráclito, ora pois. Pensamento é com o Parmênides; cara bacana ele, viu? Ele é tão bacana que até fundou uma escola. Chama-se escola eleática. Eleática de Eléia (na Itália), a cidade de geléia, onde ele nasceu. Lá ficam os filosofinhos a filosofar sobre suas filosofagens filosóficas. E os mafagafinhos a mafagafar.
E foi assim.
quinta-feira, março 13, 2003
Fui de manhã fazer meus exames. Coletei sangue e nem desmaiei. E fiz ultrasom transvaginal e das mamas. Doeu um pouquinho. Fiquei toda melada de gel até no suvaco. Horror! Depois passei no McRolald's pra aproveitar a promoção dos cheeseburgueres a um royal e vim pra casa. Agora estou morrendo de sono...
Estou morrendo de vontade de ver Clockwork Orange novamente (Laranja Mecânica, mocréia!). Aquele filme é muito "féxiu".
Hoje vou pra aula mais cedo. Espero que dê tempo de dar uma dormidinha antes. Preciso lixar as unhas, estão tortíssimas. Eu odeio lixa de unha.
Ontem foi aniversário do Raul, e hoje é o da Sheyna. Parabéns, beibes!
Enfim, ontem fui pra faculdade e tive aula de fotojornalismo e português, onde fiz uma redação enorme que provavelmente se tornará uma obra indicada pra ABL. Hoje terei que apresentar um trabalhinho de Filosofia que mal sei o que deve-se fazer. Phodeu. Mas já andei pesquisando outras coisas sobre o tema, pra ver se ajuda. A embromação deverá ser convincente - a arte do Paulo Coelho.
Estou cansadinha. Tenho que dormir logo pra fazer exames de manhã. =oP
quarta-feira, março 12, 2003
De noite, fui pra aula meio atrasadinha, mas a tempo de pegar a aula de Teoria da Comunicação e dar palpite. Acho que gostarei bastante desta matéria, principalmente por não se tratar de política e coisas relacionadas à ela (como em história), onde eu boio completamente. Depois foi aula de computação e diagramação e tralalá. Nada de muito fantástico... A verdade é que, estou meio afoita, ansiosa pelas aulas práticas dessa matéria. Hehehe! Quero diagramar logo em Page Maker, fazer coisas interessantes, mexer com layout, ilustração, fotografia, posicionamento de texto, etc, etc... Apesar de ser baba, é potencialmente uma das matérias mais legais do primeiro ano. Assim espero.
Enfim, já perceberam como "BISNAGA" é uma palavra horrenda? Ela soa meio ogra, não? Vou comer uma "bisnaguinha". Percebam como soa bizarra tal palavra. Tem uma sonoridade meio xexelenta. Não impressiona como "ergastoplasma", por exemplo. Ah, deixa pra lá.
Estava me lastimando de noite pela locadora que fechou antes de dar tempo de eu devolver a fita. Na verdade, foi de sacanagem da garota vesga que trabalha lá, e seus colegas não-vesgos mas igualmente antipáticos. Eu saí correndo da faculdade e me enfiei no primeiro ônibus, torcendo pra que desse tempo de passar em casa e devolver as fitas, ainda passei lá no caminho, disse que esperassem mais 2 minutinhos, pra eu passar em casa, na rua adjacente, que devolveria duas fitas. Adianta? Parece que é de propósito, só pelo prazer de sacanear. Quase derrubei a porta e praguejei contra a demora do elevador (moro no 12º andar). Mas não adiantou. Estou fazendo agora algumas tramas diabólicas contra a locadora, mas é melhor deixar isso pra lá.
Da próxima, conhecerão a fúria da Fabiana em TPM constante.
Enfim, conversei com meu amoreco e com a Gi, que me deu boas notícias, parece que ganhei uma amiga nova também, e com isso, fiquei mais calma e felicíssima.
Agora não preciso morder mais ninguém. Fim. =)
terça-feira, março 11, 2003
Tirando a parte em que eu não tinha roupas decentes pra vestir e tive que ir com uma roupa jurássica do armário e a jaqueta-de-brechó-rasgada-de-5-reais-comprada-há-mais-de-5-anos-atrás.
Fui pra aula atrasadésima, pois não tinha roupas pra vestir e por mais que eu vasculhasse o armário à procura de algo apresentável, só encontrava entulho. Vou queimar minhas roupas velhas. Vou botar fogo no armário. Antes vou enfiar meu pai dentro dele e jogar gasolina.
Eu estava tão atrasada para ir pra aula da Cisco (onde não admitem atrasos superiores a 10 minutos), que tive que apelar com o dinheiro de devolver a fita na locadora e fui de táxi, senão não chegaria a tempo. Ainda bem que o motorista (que estava fedendo grotescamente, o paraguaio) acelerou bem, tirando várias finas em outros carros. Hehehe!
Chegando na aula, quase esqueço de assinar a folha de chamada... A novidade é que, a Cisco está fazendo uma restrição orçamentária "adorável". Demitiram os instrutores ruins e, apenas o meu instrutor permaneceu. Além desta maravilha inigualável, os órfãos das outras turmas agora também terão aulas com o meu instrutor! 3 salas de aula e 1 instrutor revezando entre elas. E, pra gastar menos ainda, colocaram dois estagiários do CIEE para monitorar as salas enquanto o instrutor não está por perto.
Segundo o Clayton, meu amigo que agora voltou a ter aulas na segunda também, a monitora bonitinha que eles botaram não soube nem responder uma dúvida básica, dúvida que, o Alex, seu colega de sala, respondeu sem hesitar. Aí que está o problema: a garota deveria saber, pois já concluiu o CCNA, (pela mesma academy) e logo estará prestando a prova de certificação.
Enfim, grande bosta. Se ela não sabe, melhor pra mim, afinal, ela não deixa de ser uma concorrente.
Pelo menos eles botaram ar condicionado nas salas de aula. Já é um bom começo...
Eu e o Rogério, como sempre, abordamos temas de interesse coletivo em sala de aula, como fezes e filmes pornôs.
Depois da aula, fui pra outra aula. Desci na Brigadeiro com a Paulista, e fui andando até a Cásper. Uma chuva resolveu cair sobre minha cabeça cabeluda e cheguei molhada e de tênis furado, estrebuchando, na faculdade. Fui ao banheiro, fiz xixi, conversei com o professor de educação física, que faz mestrado lá na Cásper também. Resolvi que seria uma boa idéia usar os micros do laboratório. Mas, como sempre, a secretária ultra "simpática" disse que não tem as senhas dos alunos ainda, mas que as fornecerão em sala de aula. Ela disse a mesma coisa na primeira semana. Morra. Pra enviar o boleto bancário até que foram bem eficientes... impressionante, não?
Pra fornecer uma simples senha de acesso ao terminal, ficam de putaria. Sem contar a quadra de educação física, caindo aos pedaços, sem colchonetes para todos os alunos. Mas cobram integralmente, apesar dos recursos não serem integrais. Putos!
Aí, fui pra biblioteca. Os corredores da Cásper parecem labirintos à primeira impressão. Depois que você olha pela segunda vez, você passa a ter certeza.
A biblioteca me pareceu um lugar muito acolhedor e interessante. Eu sempre acho isso, por que será? O único problema, é que não tinha o livro de que preciso. E eu deveria ter lido o primeiro capítulo pra hoje. Deus do céu, me arruma um emprego, vai? Deixa de ser chato, véio! Quero algo fixo, com boa remuneração, pra que eu possa comprar meus livros, sim? Obrigada. Não estou pedindo muito, perceba. Aproveita enquanto eu não te peço uma viagem pro Hawai, um carro importado novo e as barras de ouro do Show do Milhão que eu vi na TV uma vez. Meus sonhos até que são bem singelos nessa época de crise.
E por falar em crise, eu vivo em crise, e isso já está ficando chato.
Meu colega, o Fernando, me achou muito desanimada pra minha idade (e riu olhando pra minha cara, ao ouvir a palavra "crise" na aula de história. Referiam-se a crises pessoais como exemplo de alguma teoria qualquer. Riu como quem diz: "crise é contigo mesmo, hein?"). Mas é claro! Vivendo num mundo super "receptivo" e "acolhedor" como este em que vivemos, em que ter um bom popô rebolante é mais rentável que inteligência, não poderia estar sorrindo. Eu já não tenho mais ilusões quanto ao ser humano. Apesar de, em essência ser uma pessoa otimista, já não espero coisas boas vindas das pessoas. Sempre espero o pior, pra não me decepcionar. Odeio me decepcionar. E isso sempre acontece.
É uma forma de negativismo? Não restam dúvidas. Mas eu costumo encarar isso como realismo mesmo. A realidade não é um algodão doce cor de rosa e fofinho. A minha, pelo menos, está mais perto de ser um lagarto asqueroso e mutante. Por ser mutante, ainda é bom meu lagarto-realidade. Mas é foda, sei que deveria ter sonhos utópicos, esperança e vontade de mudar o mundo, como todo jovem da minha faixa etária, mas, tudo em que penso é sair dessa merda de lugar, ter minha vida, meu emprego, meu salário, ter a dignidade de fazer depilação todo mês, fazer as unhas e comprar umas roupinhas, sabe? Coisas que são tão comuns pros mortais, mas que estão completamente distantes da minha realidade atual. Acho que a miséria é a grande bosta fedorenta do mundo. E a ignorância coletiva, idem.
Sei lá, sei que pareço umbiguista demais e, realmente estou sendo. Porque afinal, se eu não pensar em mim, quem o fará? É como aquela mensagem de auto-ajuda que meu pai cola no calendário: "Se eu não for por mim, quem será? Se eu for só por mim, quem sou? Se não agora, quando?". E assim, questiono-me se eu não estou sendo egoísta demais em pensar deste modo, e me julgo imbecil, como uma forma de auto-punição pela minha falta de sensibilidade com os problemas do mundo. Mas não é bem isso. Eu me importo sim, com as misérias e desgraças coletivas. Não me sinto bem com as disparidades sociais. Me incomodam e me deixam com uma insuportável sensação de impotência. Mas o que posso fazer agora? Se ainda tento achar a resposta para as minhas dúvidas mais básicas, se mal tenho como responder minhas próprias dúvidas existenciais, se mal sei o que fazer daqui pra frente? Estou em uma fase muito confusa da minha vida, onde o desconhecido (que chamamos de futuro) é algo que me assusta muito. Mas como blogs são coisas pessoais, trato de discutir minha vida mesmo, meu individualismo bobo, esperando ter uma vida com mais esperanças, com novos sonhos e ideais, novas perspectivas. Depois eu trato de discutir sobre a fome na Nigéria ou a guerra iminente que está cada vez mais próxima de se concretizar (espero estar errada). O homem é ignorante. Ele constrói, mas quando destrói, é pra valer. Burros.
Por isso eu digo, depositem seus dinheiros em minha conta corrente, ok? Aí eu paro de manifestar minhas crises existenciais pseudo-intelectualóides-alcalóides-debilóides. Obrigada, volte sempre.
segunda-feira, março 10, 2003
domingo, março 09, 2003
Não poderia estar em companhia melhor. ;-) Sim, passei o dia com meu amor.
Só uma coisa me deixa chateada: não ter dinheiro. Eu odeio que gaste dinheiro comigo... eu gosto de ao menos pagar minha parte, dividir as despesas. Não é justo meu amor ficar bancando nossas saidinhas do final de semana. Humpf.
Aí que entra a parte chata: não possuo uma fonte de renda. Que merda... =ó(
Sábado, depois da aula, resolvi botar fim ao meu desespero: fui fazer depilação. Só tem um probleminha: usei o dinheiro que era pra fazer a carteirinha da Une e a do metrô. Alguma alma bondosa (JP não conta) poderia fazer a caridade de doar R$30,00 para eu fazer a carterinha de passe escolar? Por favor? Por favor? Por favor?
É urgente e importante. Assim como fazer depilação, afinal, não gosto de me sentir um Chewbacca. Isso fere minha dignidade e auto-estima quase inexistentes. Não podia permanecer escrota do jeito que estava.
Falando nisso, hoje assistimos Star Wars aqui em casa. Episode IV. E também assistimos Entrando numa fria. Foi legal.
Ontem assistimos Chicago no cinema, lá no shopping metrô Sta Cruz. Apesar de ser um musical, não deixa de ser interessante.
Amanhã recomeçam minhas aulas do CCNA.
Calor; meu pai está com a mania estúpida de fechar todas as janelas de casa mesmo estando 40ºC. É louco.
Enfim, estou bastante feliz. E o culpado é o JP. =o*
Preciso voltar a fazer o trabalho do estudo de caso de onde parei. Já estou com tudo muito atrasado.
Portanto, nada de visitas à blogs por enquanto.
sábado, março 08, 2003
Fui pra faculdade de manhã. 8h00 é, definitivamente, um horário cedo demais para alguém pensar em ter aula.
Mas foi até interessante a primeira aula de sociologia. Depois, tive aula de educação física. !!! É sem nexo alguém fazer educação física na faculdade. Só me recuso a fazer abomináveis abdominais, o resto até aceito. Também porque minha pança não está em condições de aceitar os abomináveis, convenhamos. O professor é o Claudio Pinho, mesmo professor que dá aula no Mackenzie, e que eu já conhecia. Isso me faz lembrar da época do Naim... huahahahaha!
sexta-feira, março 07, 2003
Não fui pra faculdade hoje, pois não tenho um guarda-chuva e um bote inflável.
O desânimo se apossou do meu ser. Meu quarto é o caos. Help!
Vai ser miserável assim nos quintos dos infernos! Ele é o estereótipo do judeu mão de vaca. Mas é porco e sem noção das coisas além disso. Que bosta.
Meu cabelo parece palha. Devo estar parecendo um poodle alado. HORROR. Talvez eu passe a tesourinha no cabelo qualquer dia desses.
Mudando de assunto, estou precisando de um própolis pra garganta. =oP
E preciso terminar o trabalho do CCNA. Pra ontem.
Segunda-feira termina o recesso prolongado da Cisco. Oh, céus!
E a falta de depilação me atordoa, de verdade.
Acho que agora, que cumpri minha quota de posts diários, já estou apta a dormir.
See you later, alligator! So long, that's all, goodbye!
"Dear sir or madam, will you read my book? It took me years to write, will you take a look?
It's based on a novel by a man named Lear and I need a job, so I want to be a paperback writer"
Paperback writer! É isso aí. Quero ser um desses também.
(Sim, é Beatles, freguesa.)
Fazer xixi às 4h44 da madruga dá o maior alívio, vocês precisam experimentar qualquer dia desses. Só fiquei com medo de pisar em alguma lagartixa pela casa no escuro. Será que elas enxergam bem no escuro? Imagine o pavor... Essas considerações exóticas só começaram a me ocorrer no dia em que percebi que uma pequena lagartixa habita a minha casa. Espero que confortavelmente, é claro.
Lagartixas são tão simpáticas, não? E comem mosquitos. Isso é realmente legal.
Pior que bêbado cantando no meio da rua e perturbando a paz e o silêncio da noite, sou eu conversando com meu querido diário.
E por falar nisso, acho que não tem hora melhor pra usar a net... veja só que silêncio lá fora (hoje não temos bêbados na rua)! Tudo fica tão bonito quando os humanos dormem quietinhos em seus berços... Notei que o blogger, os sistemas de comentários, enfim, tudo que é internético, fica mais rápido de madrugada. Acho que diminui a sobrecarga de baiolas escrevendo merda dos diários da Hello Kitty que tem por aí.
Tá bom, eu confesso que gosto da Hello Kitty e de outros personagens infantis com hidrocefalia crônica.
Eu quero ressuscitar o meu tamagochi de R$1,99
3h20 da madrugada. Estou tentando dormir. Não consigo. Após a leitura de um livro, uma masturbadinha, pensamentos confusos, teorias que vão sendo esquecidas e pensamentos suicidas. Sim, suicidas. Sempre convivemos muito bem.
Mas esses pensamentos começaram a me pegar de súbito agora. Logo agora! Cenas ensangüentadas, macabras, chegando a ser mesmo líricas. Fúria, terror. Que horror! O feio, o inesperado, o espanto.
Por que me pentelham justo a essa hora da madrugada, quando apenas tento dormir como uma boa menina? Sinto que preciso escrever. O vício de todos os dias.
Não fumo mais. Perdi esse vício, assim como não bebo mais (apenas socialmente, diga-se de passagem).
Agora apenas escrever nesse blog imbecil.
Sinto que descubro uma nova patologia: não consigo mais dormir sem que tenha ligado esse computador antes de ir pra cama. Não posso mais ficar rolando de um lado pro outro tendo pensamentos imbecis. Não quero me matar no chuveiro. Não quero passar por uma coisa esquisita e ensangüentada no banheiro alagado. Por que fico pensando no trágico? Será que sou retardada?
A luz da geladeira quase me cega nessa escuridão. Até mesmo os pequenos leds do video-cassete e dos aparelhos eletrônicos parecem iluminar mais que o necessário.
O monitor me causando uma forte hemeralopia (Arrá! Sabia que usaria esta palavra linda novamente! Hehehe!), porém, reconfortante.
Preciso tratar minha "analogicofobia". Precisei me deslocar da minha cama até aqui, só pra blogar. Dessa vez não bastou escrever no meu blog analógico (o bloco de papel). Sinto saudades sufocantes do meu amor. Preciso conversar com alguém. Snif. Quero chorar, mas não quero ao mesmo tempo. Faltam-me motivos para isso.
Sou feliz, mas queria estar com alguém agora. Meu namorado, é claro.
3h33. Acabou a coca. Espero que depois de ir fazer xixi e ver se tem alguém no icq, o sono apareça.
Buig.
quinta-feira, março 06, 2003
Não adianta citar fenômenos como "Harry Potter" como sinônimo de estímulo saudável à leitura, se a leitura que hoje é oferecida não tem a menor qualidade. O que são essas porcarias que enfiam na goela das crianças hoje? Lewis Carrol nunca é citado às novas gerações. Pokémons são mais legais, não é mesmo?
Estou lendo "Contos e Poemas para crianças extremamente inteligentes de todas as idades", coletânea do crítico litarário Harold Bloom, com os mais bonitos contos e poemas da literatura universal, como Carrol, Shakespeare, Rudyard Kipling, etc. São obras maravilhosas, muitas das quais nem conhecia, e que, em breve serão totalmente esquecidas, se continuarmos a cultuar o que não presta, como agora. O que dizer sobre nossa geração, que no máximo ouviu sobre "Chapeuzinho vermelho" na infância, e mal aproveitou a literatura de Monteiro Lobato, tão acessível, só pra exemplificar?!
É realmente uma lástima.
Lembro que, quando era criança, ficava muito feliz ao ganhar livros de presente. Mas ganhei pouquíssimos livros (isso acontece quando insistem na idéia de nos dar meias e pijamas no Natal, aniversário e dia das crianças). A literatura obrigatória escolar não conta. "O mistério do cinco estrelas", lido por 10 entre 10 crianças da minha geração, era até estimulante, mas normalmente paramos por aí. Por que os pais não estimulam a leitura? É justamente o que o Harold Bloom cita na introdução deste livro de coletâneas, sobre a falta de estímulo à criança ao fascínio da viagem que a leitura proporciona. A imaginação já não é mais importante, como outrora. Se não mudarmos esta realidade, teremos, num futuro breve, apenas adultos sem criatividade, sem talento para inventar, imaginar, criar, sonhar. O que vale agora, é apenas competir, cada vez mais, é ingerir a informação manipulada, já mastigada, e apenas digerí-la, seja ela verdadeira ou não. Não interessa mais se os livros podem enriquecer culturalmente. O cinema é mais atraente, colorido.
É triste.
Eu mesma, cheguei a um ponto, percebendo a falta que a literatura estava me fazendo. Minha infância foi de pouca leitura, apesar de viver em bibliotecas. Eu era uma criança tímida, de poucos amigos. Acho que isso me influenciou bastante no gosto pela leitura, já que, a biblioteca servia como um abrigo nas horas ociosas do recreio.
Todas as bibliotecárias que cruzaram meu caminho foram muito queridas, sem excessão.
Meus pais não me incentivavam a ler. Eu ficava triste por ler os mesmos livros pela trilionésima vez consecutiva e não ter outra opção depois. Não era atraente pra mim ler "O homem que calculava" de Malba Tahan. Mas eu teria adorado o "Menino do dedo verde", descoberto anos e anos mais tarde, perdido em alguma estante entre os livros do meu pai. O livro sempre esteve lá. Mas faltava a iniciativa do meu pai em me apresentar àquelas histórias maravilhosas. Descobri vários livros antiguíssimos do Monteiro Lobato, alguns livros que fizeram parte da juventude do meu pai. Mas que nem ao menos foram abertos. Fico triste. Essas histórias são estrelas no céu de quem lê; ajudam a sonhar, a descobrir novos universos.
Eu fico muito puta da vida com quem priva a leitura dessas crianças. É tão importante quanto se alimentar, como beber água e fazer xixi. Não interessa se o novo videogame atrai mais. Eu também gosto, não nego. Mas nem por isso pode-se fazer com que uma criança deixe de pensar, de ler e raciocinar. É claro que a leitura torna-se insuportável ao ler Eça de Queiroz, mas é tudo uma questão de adaptação ao gosto do leitor. Há quem goste de Machado de Assis, além do "Alienista" e da parte focada ao vestibular. Nem todo clássico é chato, assim como nem todo clássico é um clássico para mim. Há muita coisa boa, é questão de ter interesse apenas.
De um ano pra cá, comecei a desejar mais ainda ler todos aqueles livros que namorava por tanto tempo nas livarias.
Depois de "O mundo de Sofia", tudo ficou mais chato, é verdade. Mas não desisti. Desde que comecei a namorar o JP, passei a ler mais também. Qualquer dinheirinho que entra no meu bolso furado, acaba virando um livro. E o bom, é que poderá ser sempre lido.
Comece pelas crônicas, depois você vai evoluindo pra alguma coisa mais clássica. É muito bom. Recomendo.
E nem venham com desculpas esfarrapadas que livro é caro. Só não lê quem não quer.
Terminei de ler o Cidade de Deus, do Paulo Lins. O livro apenas inspirou o filme, por isso, tantas diferenças entre as histórias narradas, nomes de personagens, etc. Assim como o filme, a leitura é impactante também. Muito bom.
quarta-feira, março 05, 2003
Mas não quero me lamuriar novamente e me abalar pela pobreza de espírito alheia. Cansei de ser a reclamona. Vou buscar as coisas boas de cada situação. Sempre deve haver algo bom em tudo isso. Até chorar deve ter seu lado bom.
Já que não posso dizer que fiz compras incríveis, que tenho um carro novo, perdi 10 quilos e sou linda e podre de rica, tenho que me contentar com o pouco que me resta, com o suvaco peludo mesmo, os trocadinhos do ônibus de amanhã, a camiseta reciclada na base da tesoura na hora da emergência, o miojo quase vencido matando a fome, o último comprimido da cartela.
Não tenho uma vida fácil, uma vida de caprichos e laços cor de rosa como muitas garotas blogueiras que vemos por aí. Acho que estou mais próxima da realidade da maioria das pessoas que essas garotinhas cheias de mimos. Porque eu não saio a fazer compras com a mesadinha do papai, com o poodle na coleira. Nunca tive mesada. Minha vida sempre foi de extremos, de pequenos dramas cotidianos, dívidas, cachaça barata, instintos primatas, lágrimas e Neutrox.
Sou tão real quanto a inflação que fode o bolso do brasileiro. Eu peido, e até cago na calça se a diarréia for braba.
Já fui citada como (mau) exemplo a ser seguido, com um certo ar de admiração talvez, mas nada mais sou que um rélis mortal, uma pessoa comum, que bebe coca e arrota como um troglodita, arranca a remela dos olhos pela manhã e assume isso. Acho que o que me faz diferente, é apenas o fato de assumir que sou humana, comum, que sou tão sensível quanto qualquer um. Apenas o fato de não ocultar o que normalmente as pessoas escondem. Me chamam de corajosa até. Não acho que sou.
Se eu fosse corajosa, talvez já tivesse resolvido metade dos meus problemas atuais. Meus problemas se resolveriam todos com dinheiro. E dinheiro, é o que menos possuo.
Fico feliz quando lembram-se de mim, quando penso em meus amigos, quando me sinto parte importante de alguma coisa qualquer.
Acho que todos são especiais de alguma forma, mas muitos se tornam apenas caricaturas, figurinhas repetidas com o passar do tempo. As pessoas anulam seus talentos, desperdiçam seu potencial. Muitas nem o descobriram ainda e já o aniquilam logo cedo. O que fazer para não nos tornarmos mais um nada no mundo, se o mundo conspira para que isso aconteça? Nada posso fazer? Ou posso fazer muito. Será? Por que não tentar?
Me sinto idiota escrevendo isso. As pessoas desperdiçam talentos.
As pessoas desperdiçam suas próprias vidas sendo meras pecinhas desse quebra-cabeça sem nexo. Talvez, se eu fosse um alface, seria mais útil ao mundo.
Será que conseguirei fazer parte de alguma coisa essencial? Será que poderei ser lembrada com admiração quando não mais existir? Gostaria de poder ser uma peça-chave neste jogo. Me sentirei mal se não conseguir. As vibrações que me cercam aqui, apenas servem para me manter distante dos meus sonhos. Que sonhos, não é mesmo? Desde quando os escravos da sociedade patriarcal, hipócrita e suja podem sonhar? Foda-se o mundo. Limpem suas bundas engomadas com seus diplomas. Mordam seus sapatos engraxados.
"Prefiro ler seu blog do q um livro do Machado de Assis, não estou puxando o saco, parece, mas não é!".
Sentiram a "fodância" de minha pessoa? Morram de inveja, Craudinéias! Hahahahahahaha! Se eu tivesse um pau, ele estaria do tamanho de um poste, como diria o JP.
Quem é que não gosta de um elogiozinho, uma bajulaçãozinha de vez em quando, não é? Podem me elogiar mais que eu gosto, tá?
Podem mandar oferendas, presentes, comida, chiclete, passe de ônibus e dinheiro também, que eu aceito de coração. Sem remorsos. Hehehe! ;-)
terça-feira, março 04, 2003
Passei um dia ótimo com meu amor. Fomos no MASP, mas aquela droga estava fechada. Um cara que estava lá na entrada quis vender um livrinho de poesias, de própria autoria. Mas como a maioria dessas poesias segue o mesmo tema (amor, paixão, salsichão), clichês melosos com taças de vinho, lareira, batom de puta e lua cheia compõem a trama entre rimas sem graça, e não me interessam.
Fomos comer no Mac, como bons capitalistas-comedores-de-isopor que somos, e depois fomos ver o que estava rolando no Itaú Cultural. Também estava fechado. A Casa das Rosas é apenas uma casa com jardim no começo da Av. Paulista. Achamos uma galeria alí no meio da Paulista onde tinha uma exposição sobre negros. Como não tinha mais nada pra fazer, fomos ver. Algumas peças eu já tinha visto em outra exposição. Gostei de algumas fotografias em preto e branco que haviam lá. Elas foram impressas usando alguma técnica de envelhecimento e sobreposição que não conheço, mas gostei do efeito visual. E foi isso. Andamos pela Paulista inteira e depois fomos ver o que estava passando no Espaço Unibanco. Nada que nos interessasse. Na verdade, tinha um filme que quero ver, mas era só às 22hs. Então, fomos no shopping Frei Caneca e assistimos Cristina quer casar (ou algo parecido), no Arteplex. Até que o filme é bacana, dá pra dar umas risadinhas; adequado para um feriado chuviscante e quente com nenhuma outra opção.
Enfim, não importa onde estejamos ou a situação, a companhia dele é sempre maravilhosa.
* Fabiana {coraçãozinho} JP * =o)
O filme chama-se Fenda no tempo segundo informações secretas. Fita dupla. Bem legal.
Peguei o Laranja Mecânica também, mas esse assistiremos só amanhã. Finalmente assistirei este tão citado clássico. Uia!
Minha verborragia blogueana está acentuada hoje.
* Hemeralopia *
(Segundo o Houaiss:
- Acepção:
Substantivo feminino
Rubrica: oftalmologia.
deficiência de visão à luz do sol; cegueira diurna
Obs.: cf. nictalopia
- Etimologia:
hemeralope + -ia; ver hemer(o)- e -opia)
Agora posso enviadar minha próxima frase. Vamos lá.
Ao contemplar os seus formosos cabelos de vassoura de piaçava, uma súbita emoção me fez lançar-lhe um perdigoto, causando-me uma inesperada hemeralopia, tamanho foi o impacto reluzente e ptialínico.
Gostaram? Tem mais de onde saiu isso. Melhor não, né? =oP
Então tá.
Fofinho, te amo!
Desta vez, era uma reflexão sobre a solidão e a decadência do ser humano.
(Já notaram como adoro falar sobre a decadência?)
Estava sentido pena do meu pai. Acho que ele levou um pé na bunda da Stefânia. Queira Deus que eu esteja errada, mas ela não o procurou neste final de semana/feriado, assim como não vi sinal de sua existência no final de semana passado, o que me faz pensar em novela mexicana, a realidade da minha vida neste planeta. Ou seja, suponho que uma terceira pessoa exista neste relacionamento, ou então, ela simplesmente acha mais interessante jogar bingo com as amigas no clubinho de senhoras católicas apostólicas romanas do 5º olho. Sei lá.
O que eu acho realmente foda em tudo isso, é que meu pai não possui vida social como um cidadão normal. Se não é a namorada pra tirar ele de casa, ele só sai pra ir ao banco, comer e trabalhar e, mesmo assim, a contra-gosto. Eu não tenho a menor paciência pra ficar dando atenção à ele, seus tiques nervosos, manias, amigos imaginários e esquisitices mil. Não consigo manter diálogo com ele sem me irritar com o machismo, pentelhagem sem motivo, ofensinhas baratas e essas atitudes tão conhecidas que fazem parte de sua personalidade, mas com a qual não me acostumo.
Fico preocupada. É provável que a depressão faça companhia, junto com a solidão habitual. O auto-isolamento, a falta de interação com outro ser vivo, o quadro esquizofrênico não diagnosticado aliado à idade avançada, são fatores bombásticos para qualquer ser não-monocelular. Enfim, não sei se arranco meus cabelos ou se me jogo da janela. Sinceramente, é bem normal o pensamento voltar às vias suicidas a cada vez que meu foco de visão pousa sobre aquele velhinho cheio de manias estranhas. Só queria que ele fosse mais sociável, gostasse de bichos, soubesse conversar com inteligência, aliás, que possuísse alguma inteligência, parasse de fechar as janelas em dias de calor insuportável, respeitasse minha privacidade (até agora inexistente), deixasse de mexer nas minhas coisas e fosse menos hipócrita. Sei que ele às vezes tenta se esforçar pra me agradar, mas ele nunca notou coisas tão básicas! E fico triste, muito triste com isso.
Todo dia eu fico chateada e espero que um meteoro caia sobre minha cabeça. E infelizmente, eu não posso fazer nada.
Não posso deixar de viver minha vida por causa dele. Ou eu perco meu tempo (e auto-estima-não-existente) com os caprichos e suas manias, ou tento achar um modo para ter um futuro razoável longe daqui. Eu prefiro a segunda opção, é claro. E farei isso sem peso na consciência, pois minhas palavras sempre são esquecidas em 5 minutos.
E é isso. Eu me preocupo. Eu me entristeço. Acho que o final da vida de uma pessoa, quando se torna solitário, frio, monótono, cinza, é apenas o reflexo de um problema arrastado por tanto tempo, que não se teve a coragem de encarar. Não desejo isso a ele, não gostaria que fosse tudo assim. Mas não sou responsável por isso, se ele se fecha em seu mundo particular, como faz um autista. Paciência.
Vamos mudar de assunto.
Post de segunda-feira entrando atrasado.
Querido diário,
Se eu te contar que ontem saí e fui num baile de carnaval, você me perdôa? Eu sei que parece uma piada de mau gosto, que eu sou rabugenta e essas manifestações populares de gosto duvidoso não fazem parte do meu cotidiano, nem sob tortura. Não queria decepcionar você, querido diário. Juro que meu bom gosto e rabugice não foram afetados. Mas confesso, eu fui influenciada pelos pedidos choramingantes da minha amiga para que a acompanhasse e acabei cedendo, o que, definitivamente, não é do meu feitio.
Se alguém perguntar, negarei até a morte.
Mas a verdade é que eu fui com a Marcela lá na "portuguesa" e tinha um baile de carnaval fedorento. Me senti um peixe fora d'água, é claro. E tive que me comunicar com seres primitivos que vieram me aborrecer (morram). Usei as respostas-padrão para afastar criaturas escrotas: "Compre um espelho. / Não falo com criaturas estranhas. Você é definitivamente uma coisa estranha. Será você de uma espécie de primata em extinção? De qualquer forma, suma daquê. / Não vai dar, estou com minha namoradA (essa foi a melhor, rendeu expressões de espanto). / Não gosto de gente burra. / Fale com alguém de sua espécie. / Você fede. Vá embora."
E foi isso.
Aproveitei e fiz uma análise-antropológica-estereótipa-androfágica do momento, observando os (nem tão) distintos exemplares de mamíferos da espécie homo erectus acéfalus que compartilhavam de tais rituais de "balangamento-frenético-de-rabo".
Nota-se o desespero das fêmeas da espécie, cuja única intenção, ao dirigir-se para tal evento, é o de efetuar a cópula com algum macho da espécie. Assim como outros animais, a fêmea balança seu rabo cheio de purpurina e tenta atrair o macho, usando-se de certos artifícios, como usar roupas insinuantes e uma pitada (ou uma boa colherada) de vulgaridade, maquiagem e laquê barato. Mostram-se peitos, bundas, celulites e axilas. O macho da espécie, atraído pela oferta de sexo barato, adentra o salão em busca do filet mais apetitoso. Embora não haja sempre uma fêmea adequada às suas expectativas surrealistas, o macho da espécie segue em busca de um rabo, seja ele bonito ou não, apenas pelo instinto de possuir um rabo em suas mãos cabeludas. Ou algo parecido. Parecem recém saídos de uma profunda hibernação, pois como o sexo é apenas uma coisa de que eles ouviram falar e, seus hormônios ebulindo em ritmo de sons tribais curiosos estimulam tal atitude, parece que saem em busca deste sonho utópico, imaginando ser aquela a noite de realização suprema, quando poderão deixar a "punheta-olhando-a-playboy", para algo mais concreto. Ou não.
Batucadas-ziriguidum-balacobaco-telecoteco-axé-babá-ilê-aiê-babalaô-mizinfízicas cativam os seres, em nossa seríssima análise comportamental, a prosseguirem com tal espetáculo de sangue-suor-e-cerveja-em-copinho-plástico-e-meia-calça-desfiada. É impressionante. Realmente chocante. Os sons que provém do palco, onde batucam-rebolam-e-emitem-grunhidos-ao-microfone, é deveras perturbador. É um som nauseabundo, abundante, que estimula as bundas dos bundolinizados seres nesta lavagem cerebral em massa. Digno de um episódio no Discovery Channel.
Quando a ânsia de vômito não dava mais para ser suportada, fomos embora, triunfantes com as anotações feitas e com o nariz corroído pelo cheiro de suvaco. Emocionante.
Pelo menos deu pra botar as fofocas em dia. =o)
domingo, março 02, 2003
Estava dizendo: o meu amor ficou bravo que eu não assumi em público que assisti O tigrão ontem aqui em casa e que a escolha foi minha. Mas como eu sou macho o suficiente, assumo! Assumo numa boa, viu? Foi culpa minha mesmo, a escolha foi infeliz. Não se trata do tigrão amiguinho do ursinho pó. Antes fosse! Tratava-se de um cidadão em trajes psicodélicos e um cabelo
Mas pra salvar o dia, também vimos Infidelidade. E foi isso.
Hoje assistimos Bellini e a esfinge com a gostosa da Malu Mader.
Bom, o resto eu escrevo depois porque vou dar uma saidinha agora. A Marcela me ligou me chamando pra sair, e acho que vou.
Só queria comentar o quanto eu amo o João Paulo e gostaria de passar o resto da minha vida com ele. Largaria tudo só pra tê-lo ao meu lado, sempre comigo. Só disso eu tenho certeza, e de como a vida é sem certezas.
Claro que eu nem deveria me meter, mas isso me irrita profundamente, e não gosto de fingir estar tudo bem quando não está. E pau no cu de todo mundo. Humpf.
sábado, março 01, 2003
Hoje passei o dia com o amor da minha vida. Almoçamos no shopping Frei Caneca novamente. Fomos a pé até a Paulista e demos um pulinho na livraria Cultura e numa outra que fica lá perto. Comprei meu fichário, mas quem pagou foi o JP (não sei porque fui deixar). Mas ele que não se atreva a não deixar eu pagar depois. Humpf. =oP
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Enfim, como todos os bares do bairro (os da Vila Boim não contam) resolveram fechar cedo hoje, fomos no supermercado e compramos uma garrafa de pinga. Até parece que eu tomo pinga. Mas dei um golinho de whisky, confesso. Ficamos na casa dela, ela com o menino dela, e eu fiquei lendo Caninos Brancos, que achei interessante e cogito um dia terminar de ler. O amigo do menino dela ficou dormindo na rede. E foi isso.
Nada de fantástico ocorreu ou foi dito.