terça-feira, junho 20, 2006

Em 25 de fevereiro de 1998 eu comprei um cd da Enya.

Ultimamente ando picando minhas agendas antigas, pra liberar espaço e pra me livrar mesmo das lembranças ruins de coisas que não tem mais o menor sentido pra mim.

E lendo as páginas cheias de adesivinhos e canetinhas coloridas, concluo que:

  • adolescentes têm muito mais pique pra todas as coisas e a cada ano que passa tenho menos vontade de sair de casa e estar com as pessoas
  • adolescentes são totalmente sem noção
  • eu tinha uma letra muito bonitinha em 1998 e os adesivos mais fofos de gatinho que nunca mais achei em papelaria alguma
  • adolescentes não têm medo de se perder, não procrastinam o inevitável e vão aonde for, seja como for. 8 anos depois, eu não vou a lugar algum.
  • em 18/02/98 eu assisti Titanic no cinema. Comecei a chorar nos traillers e fui me desintegrando até o final. Paguei 3 reais no ingresso, meia entrada, na sessão das 21hs. No dia seguinte fui pra aula de óculos escuros, porque parecia um peixe, com as pálpebras inchadas.
  • eu adorava o cheiro do Dolce & Gabana e colava meu nariz em quem estivesse usando ele. Hoje em dia não estar fedendo já considero um bom sinal.
  • em 20 de novembro de 98 tomei benzetacil e nem sei por quê. Grifei com marca-texto laranja.
  • fui ao forró no KVA em 11 de outubro. Era perfeitamente aceitável isto na época, afinal. Fui com uma amiga que me fazia parecer normal, e que mijou na calcinha no banheiro, porque esqueceu do que vinha depois da meia calça, e ela estava de meia calça e shorts. Até hoje não entedi essa combinação de roupas. Ela jogou a peça mijada no lixo e saiu agarrando as pessoas como se nada tivesse acontecido. Quanto mais o pai dela tentava controlar, mais ela desenfreava quando ele não estava por perto. Segundo minha agenda, também houve cena romântica de vômito nesta fatídica noite. Não de minha parte.
  • em 98 usei uma agenda da Benetton, com capa plástica e garras de 6 furos - como as de fichário - em verde. Foi uma das que mais gostei até hoje. Ainda há um adesivo de um cavalo preto metendo numa égua branca no início.
  • quem já era mala naquela época continua sendo até hoje. Além de eu mesma.
  • minhas amigas se tornavam todas putas-rampeiras-de-beira-de-estrada quando não me convidavam pra sair ou viajar. E também vacas-piranhudas e pilantras-de-7-tetas. Mas ainda somos amigas. Ou não.
  • foi o ano em que estudei com um gremlim. Não exatamente o Guismo, mas a garota era praticamente igual! Nunca ousei jogar água.
  • sempre ia jogar bilhar num boteco asqueroso depois da aula. Se um dia tiver filhos (o que não é a minha intenção), tenho que destruir este blog, assim como queimar estas provas de meu comportamento adolescente (a)típico, sem noção. Se perguntarem eu nego.
  • fui expulsa da sala de aula no segundo dia, porque não parava de falar com minha amiga, a supracitada que se mijou no forró. Depois disso nos trocaram de sala, mas falávamo-nos via walk-talk, assim mesmo. Acho que foi o ano que conheci a Érica, minha melhor amiga (a Bee não conta, ela é irmã). Bem, tudo era culpa do Moguai, o mico-leão prateado.
  • por acaso esse foi o dia do meu aniversário... e ganhei meu ODIADO depilador elétrico, que ainda uso e chuto na parede até hoje. Eu realmetne odiei, porque não era da marca que eu pedi (uns 4 anos antes).
  • comprei um coturno 2 números maiores que meu pé, só porque não tive saco de esperar segunda-feira pra ir numa loja que tivesse meu número. Eu queria naquele dia e tinha que ser, e foi o da única loja que ainda estava aberta. Usei ele até ano passado, quando a sola se desfez. Ficava enorme e sempre tropecei por causa disso, mas adorava o bendito.
  • foi o ano em que meu pai me deu minha primeira Lamy. Uma Safari tinteiro de corpo amarelinho, que adoro e uso ainda. Custou 26 reais. Hoje em dia custa uns 60 ou mais. Era um sonho de consumo de papelaria meio utópico até então. Mas acho que foi causado pelo trauma dele de ter quebrado minha tinteiro chinesa, que foi baratinha, mas era querida.
  • eu tive uma paixonite pelo salva-vidas da ACM, que na época tinha 25 anos, minha idade atual. Eu tinha 17 e achava ele SUUUUPER mais velho.
  • eu fazia duas aulas de hidroginástica e uma de natação e sobrevivia. Uma pena que eu parei.
  • em 1998 ainda existia Telesp e Mappin, segundo consta aqui. Lá eu comprei uma calça de tactel (péssima).
  • em 26 de maio:

simplesmente encontrei um pentelho de bombril na minha comida. Passaria na boa não fosse uma pedra no arroz que quebrou um pedaço do meu dente. Como se não bastasse, tinha um bicho (uma daquelas lesmas) na couve-flor do meu pai. É demais pra um almoço só."

Continuo concordando. É demais. Preciso dizer que nunca mais comi lá?
Depois fui na dentista, pois estava em tratamento, e "as lágrimas pulavam do meu olho involuntariamente."

  • também consta uma quermesse na igreja do calvário com direito a "churrasco de pôney melancólico que quase terminou em churro".
  • meu pai ainda me buscava na casa das amigas:
o filha da puta ficou assistindo tv e dormiu. Ou seja, o cretino se esqueceu de mim, e me deixou lá esperando 1h e 1/2. E tava chovendo."


HAHAHAHAHA!

  • eu estava numa fase de viadice intensa: Bee Gees, ABBA, Village People. Muitos relatos...
  • 9 de junho:

De noite após eu quase me matar com uma tesoura sem ponta, eu fui com o meu pai assistir o The Big Shit."


Ganhei os ingressos porque era assinante da Folha. Mas só pra essas coisas mesmo, nunca gostei de ler jornal.

  • exatamente oito anos atrás, em 20 de junho:
... no almoço eu comi um prato grotesco de arroz c/ feijão e passei muito mal o resto da noite com gases. Quase morri. (...) Fiz as unhas c/ Irene."




E por hoje é só que cansei de picar papel.
Depois tem mais, se me der vontade.

quinta-feira, junho 15, 2006

Minha repolha.

Kiki, the kitten

Kiki está ficando grande, é uma graciiiiiinha minha gente!
Ela é toda dengosa e fofinha, ronrona e adora colo quentinho. Mas também brinca, corre, pula e faz escândalo se quer comer algo cobiçado do meu prato.
E o melhor de tudo é ver ela e o Snarf bem juntos, companheiros e amigos. :-)
Sem preço.

O avestruz sempre volta.



Juju estava reclamando que faz tempo que eu não escrevo. Realmente, ando achando que desaprendi, parei de vir aqui despejar o balde de reclamações e mesmice.
E também que de vez em quando eu sinto vontade de me fechar na minha concha, enfiar a cabeça no buraco mais próximo e sumir por uns tempos.
E foi o que eu fiz, porque ando sem paciência pras pessoas, estou negligente comigo mesma e parei de achar graça em muitas coisas, embora o mundo não seja 100% cruel.

E me admira que alguém ainda venha aqui ler todas essas bobagens, ainda mais dos arquivos. Hehehe! Então resolvi escrever em sua homenagem, Juju!

Agora preciso pensar no que eu posso escrever, porque nem eu mesma sei.