sexta-feira, julho 30, 2004

Chuá chuá! Novinha de novo.

A pedidos, depois vou ver se boto um script pra aumentar a fonte de acordo com o gosto do leitor com uma interface interessante. Por enquanto vocês podem aumentar na barra de ferramentas do próprio navegador, lá em View -> Text Size -> Larger no Internet Exploder. Ou Ctrl + + no Mozilla Firefox.

Hoje tudo o que eu precisava era de um bom banho. Superada a preguiça, consegui vencer o desafio. Agora sinto-me até diferente. * Reluzindo. *

Ontem fiz canjica, mas não deu muito certo. A água secou na panela de pressão e eu quase queimei a bicha. Além de não ter comprado o leite de côco e o amendoim que dizia na receita. Acabei sem ir no supermercado e fiz só com leite condensado e leite mesmo. E canela e cravo, óbvio. Falando nisso, preciso comprar outro leite condensado pra fazer a batida de vinho que vi ontem num site. Será meu lado Ana Maria Brega aflorando? Jisuis!

Preciso pensar em algo interessante pra fazer de janta, aproveitando meu delírio culinário momentâneo. Acho que nunca mais vou viver sem antidepressivos. Tô passada comigo mesma.
Preciso comprar o leite de côco pra tentar acertar essa canjica. Já volto.

quinta-feira, julho 29, 2004

Burkina Faso, me aguarde.

Definitivamente, preciso sair mais de casa, preciso viajar, conhecer lugares bacanas, lugares bonitos, tirar fotos, conhecer pessoas diferentes, ter uma vida cheia de coisas interessantes pra contar, senão eu vou surtar irreversivelmente. São Paulo me intoxica e eu já cansei de estar aqui.

A melhor coisa que fiz esse ano foi ter ido pra São Luis do Paraitinga no carnaval com a Bi. Eu sei lá quando será a próxima oportunidade?

quarta-feira, julho 28, 2004

Férias frustradas sem fusca.

Tenho um monte de coisas pra fazer e meu pai não dá sossego. Preciso encontrar alguma atividade voltada à terceira idade em algum clube ou qualquer coisa do gênero e inscrevê-lo em todas as coisas possíveis pra ver se ele sai um pouco de casa e para de fazer merda.
Ele tá furando alguma coisa lá dentro e eu não pretendo nem saber o que é, pois sei que com certeza vou me irritar muito, então vou adiar minha irritação de hoje.
O remédio que estou tomando (e hoje tomei atrasado porque me distraí aqui) está surtindo efeito e o positivo disso é que eu já não me aborreço tanto quanto antes. Já faz mais de duas semanas que eu nem ao menos choro e considero isso bom, porque eu já cansei de chorar por pouca merda.
Meu pai é pouca merda, mas daquelas muito incômodas, que grudam na sola do sapato e te deixam fedendo como um cemitério onde os corpos se reviraram e emergiram à camada mais superficial do solo, onde apodrecem rodeadas de urubus. E você fica com aquele fedor nojento que te faz vomitar e trava o cérebro. Mas no fundo, você sabe que é só cocô. E eu tenho que limpar a minha sola definitivamente. Cansei, sabe? Já não tenho mais paciência de pisar no cocô todos os dias.

Falar com meu pai é irritante e idiota, porque ele não ouve e começa a gritar automaticamente, porque sabe que irá ouvir uma provável recriminação pelas suas patetices. Hoje ele resolveu fazer alguma merda com o caninho de plástico do chuveirinho do banheiro. Usou cola de sapateiro, pedaços de plástico e fita isolante, pra remendar um pedaço de caninho de plástico em outro, como um bom retardado que é. Em casa nada é definitivo ou esteticamente agradável, já que remendar é a solução de quem não abre a mão nem pra dar tchau.
Meu pai tá gagá e, por mais que eu quisesse não ligar pra isso, eu ligo, porque me incomoda diretamente, me atrapalha bastante.

É como se toda aquela sua essência que te faz ter ser alguém interessante e que te faz de vez em quando dizer ou escrever ou fazer algo genial, fosse trancada num porão escuro e sombrio, frio, úmido e cheio de mofo e ratos. Meu pai faz isso comigo. Sei que não posso ficar jogando a culpa de eu ser uma bunda-mole em ninguém além de mim mesma, e é algo que eu odeio no meu pai inclusive, essa mania de não assumir sua responsabilidade pelo que se tornou e pelo que se conquistou ou não. Pois eu odeio essa postura bunda-mole de ser e eu odeio quando percebo que estou sendo assim também em certos momentos. Pois eu não posso ficar só reclamando, isso é óbvio, mas escrever aqui é o primeiro passo pra não assassinar ninguém, já que é terapia barata e minha próxima consulta no psiquiatra é só no dia 4 de agosto.

Tenho que botar esse computador no meu quarto pra ter mais sossego quando quiser fazer alguma coisa seriamente. Meu pai fica fazendo idiotices o dia todo e sempre vai onde eu estou, dando gritinhos e falando sozinho coisas que não existem e assobiando no tom mais agudo e chato possível. É como ter uma criança mongol em casa e ter que cuidar pra ela não botar fogo nas cortinas. Mas infelizmente ele é muito mão-de-vaca pra botar fogo nas cortinas sagradas, que devem durar até a próxima encarnação, "pois ainda estão boas", mesmo rasgadas, remendadas e horríveis. Tal qual seu dono.

Porra, isso é nojento e infinitas vezes doentio.

domingo, julho 25, 2004

Está nevando em minha cachola.

Logo eu que adoro o inverno, ando tremendo ao menor friozinho.
Passei o dia com o fofucho. E dormi durante o jogo do Brasil. Acordei com os fogos.
Poderia continuar lá, estava tão quentinho... tô muito Garfield.

sábado, julho 24, 2004


Comidas divertidas. É inacreditável que tenha gente que perca tempo fazendo comidinhas com cara de personagens de desenho animado. Que tal comer um Hamtaro no almoço? Hihihi! (Meu lado bichona achou lindo.)
Achei essa maravilha aqui. Posted by Hello

sexta-feira, julho 23, 2004

Fabiana imbricata. Cara de samambaia.

Pronto, troquei meu template provisoriamente, pra testar os novos campos do blogger, de perfil e posts recentes. Funciona e é lindo quando tudo vai bem como manda a profecia.

Tudo insuportavelmente normal.

Tenho várias coisas pra concluir, preciso fazer cocô, tomar banho e ir pagar as lojas Renner antes que me botem no SPC novamente, comer chocolate, pagar os dois reais que fiquei devendo no bar, ler mais um capítulo do livro que comecei ontem e escovar os dentes.
Daqui a pouco eu volto.
PS: alguém interessado em praticar inglês?

quarta-feira, julho 21, 2004

Hoje estou demasiadamente bocó.

Ando rindo de qualquer coisa, como que anestesiada pela bugornice. Falando nisso, está na hora de tomar meu remédio. Pausa. Play. Acabou de passar um carro munido de alto-falantes ecoando um axé-babá-babaluaiê-music de gosto duvidoso pelas ruas aqui do bairro, com adesivos de um candidato a algum cargo político; personagem saído das trevas. Logo agora que o carro do "doce, doce, doce, a vida é um doce, vida é mel" deu trégua. Os caminhões de gás musicais também deram uma sumida.

Estou com frio e isso me dá preguiça além daquela já tradicional. Eu sou o bicho-preguiça mór, que possui o raio laser da preguiça. Pra tomar banho será difícil, pois o chuveiro fica naquele esquenta-nãoesquenta pra me sacanear e eu fico tremendo feito uma gelatina mole em terremoto.

Ontem eu fiz o meu primeiro strogonoff e, se não fosse a pasta de alho que já tinha sal, sairia perfeito. Cozinhei ouvindo Village People. Ficou ótimo, tirando o detalhe de estar mais salgado do que deveria. O fofucho veio jantar comigo e foi tudo lindo, lindo, lindo. Fiquei feliz da vida. Pena que ele teve que ir embora.

Daqui a pouco terei que sair, mas tô com tanta pregui... tá até dando soninho. Só falta um chocolatinho. Hihihi!

terça-feira, julho 20, 2004

Ai, que frio!

Minha amiga Erica é porreta em receitinhas culinárias.
Hoje vou arriscar o strogonoff que ela me ensinou.

segunda-feira, julho 19, 2004

Hoje eu comprei o sorvete do Bob Esponja que tem o Patrick na embalagem.

I love Patrick.
E por que não passa mais na tv aberta esse desenho? Nunca mais vi...

Ontem passei o dia com JP na casa dele. Espero que ele já esteja melhor da gripe.
Hoje só saí da cama pra ir comprar o sorvete do Bob Esponja e fazer xixi.
Nem tomei banho ainda.

sábado, julho 17, 2004

Jogada às traças.

JP está gribado e com conjuntivite. Ainda bem que ontem passei na locadora e já estou munida de fitas pra assistir de tarde. Ontem de noite assisti American Pie, o casamento. É meu lado idiota se manifestando.

Vi um comentário no post anterior, do Diego. Diego, se você está lendo isso, agradeço pelo comentário, fiquei sem graça, mas confesso que me senti de ego massageado (ui!). Na verdade sou apenas uma garota boboca que luta pra caber nas calças e tenta não enlouquecer com um pai que é maluco e se acha a pessoa mais normal do mundo. Talvez ambos sejamos uma ameaça à sociedade. Sabe aquela criança que não ganhou uma Barbie na infância e quando adulta criou complexos e se tornou uma perigosa assassina em potencial? Sou eu. Em dias de TPM.

Mudando de assunto, ontem foi meu último dia de aula no cursinho. Mas eu não fui. Fui na padaria comer um misto quente e fiquei com pena de uma menininha que veio me vender trambolhos de grudar na geladeira e paguei um pra ela também. Eu não levo muito jeito com crianças. Ao menos perguntei alguma coisa pra menina. Crianças me assustam. Fico com medo de dizer alguma coisa estapafúrdia, como é natural que eu fale, e fico tentando me conter e tento sempre vasculhar algo interessante e apropriado na minha mente pra dizer, mas aí fica tudo um grande vazio e aquele silêncio reticente só me permite um "pois é". Como a Macabéia, no filme.
- Pois é.
- Pois é o que?
- O que o que?
- Pois é o que?
- Só disse pois é.
- Sim, mas pois é o que?
E por aí vai.

Na quinta feira eu fui assistir Shrek 2 e a-d-o-r-e-i. Realmente é o filme da minha vida, superando ET. Sempre me senti ogra e agora vejo que ogras também podem ser um luxo. Peidando e rodando.

Ontem depois de ir na padaria eu fui na banca comprar a Speak Up desse mês que chegou e encontrei o Fábio, amigo do Marco Fábio, e fiquei conversando, até que apareceu a Bi e a Poli e a Andréia, amiga dela, e a Flávia. Então fomos na pizzaria aqui do lado de casa, mas eu não comi porque já estava comida. No bom sentido. Depois fui pra casa da Bi e fiquei conversando com ela e com as meninas, até que o pior aconteceu.
Flávia resolveu fazer chapinha, com a ajuda da Andréia, outra adepta da modalidade.
Fiquei boquiaberta com a cena bizarra, a fumacinha saindo da cabeça e elas achando tudo aquilo o máximo!
Caralho, em que planeta eu vivo que não consigo achar aquilo glorioso?
A Flávia provavelmente anda assistindo muitos filmes Disney e criou uma visão meio Pocahontas da vida, dizendo que se tivesse que ficar numa ilha deserta, levaria a chapinha, inventando mil e uma utilidades pra mesma. Ouvi pérolas do tipo:
- Mas não tem eletricidade lá, né?
Dã! Brilhante.
Entre essas e outras, ela revelou seu desejo de ser resgatada na ilha deserta por marinheiros americanos Disney, os quais pensariam que ela era uma índia nativa, pois já estaria com os cabelos lisos da chapinha, que seria aquecida no sol.
Na verdade, a chapinha deve ter queimado muitos dos neurônios dela...
Até agora ainda não acredito em ter ouvido tudo isso. Espero que meu bom senso não tenha sido afetado. Vai que isso pega?

Tô passada. Aliás, não estou. Eu gosto dos meus cachinhos naturais.
Claro que eu preservo meu lado fútil inerente ao meu sexo, de modo que se eu tivesse reais faria as unhas toda semana, nunca ficaria parecendo o Wooky, pois faria depilação a laser e faria cadimía freneticamente até caber nas calças e endurecer a bunda e os peitos. Talvez uma lipo, pra garantir. Mas como vida de Fabiana não é conto de fadas, tenho que conviver com minhas banhas, celulites e todas essas coisas que as mulheres tentam disfarçar, mas que todas tem também. E nem ligo. Princesa Fiona, lembram?
Peidando e rodando.

Vou pedir alguma coisa pra comer e vou voltar pro meu edredon.
Adiós!

quinta-feira, julho 15, 2004

Coisas pra fazer assim que tiver reais:

Quero ir ao zoológico.
Quero visitar o jardim botânico também.
Tirar fotos das girafas amigas e das vitórias-régias e dos flamingos saltitantes.
Não usar roupas de zebrinha na frente das zebrinhas de verdadinha. Não queremos ofendê-las, não é mesmo?

Lambendo paredes novamente.

Sinto saudades dos velhos tempos de quando eu vinha aqui diariamente pra escrever escrever escrever sobre minhas desgraças com certo sarcasmo e ironia, de modo que eu mesma ria com minhas paspalhices depois de certo tempo. Agora ando com a mente tão vazia que nem me sinto eu mesma. Parece que o secador de cabelo que ando usando assoprou pra longe aquele turbilhão de pensamentos lacônicos, confusos e estridentes que me azucrinavam. Agora que eles pararam sinto a falta de toda aquela confusão mental, de todas aquelas idéias circulando pelo meu cérebro ao mesmo tempo e sempre chamando outras e mais outras. Mesmo as fracas ou apoteóticas demais.

Agora só sei que estou de saco cheio daquela lenga-lenga dos mortais que dizem que sou isso ou sou aquilo, logo eu que não gosto que me rotulem. Mas se eu fosse escolher um rótulo para minha embalagem talvez hoje escolhesse uma que pouco tem a ver comigo em dias de glória. Como ervilhas em conserva. Não são apetitosas como guloseimas gordurosas e pouco saudáveis, mas que ninguém liga porque o açúcar traz aquela felicidade momentânea e ficamos com cara de idiotas com o beiço lambuzado.

Ando distante demais daquilo que antes era constante e tentando não virar uva-passa no meio do nada que me cerca. Falando bobagens também. E pouco me importando com o que acham ou deixam de achar de minha suposta sinceridade e modos de agir que causam ataques epilépticos em pessoas sensíveis demais para viver neste mundo sem que sejam atropeladas por tratores.
Pois que sejam atropeladas por tratores, jamantas, e discos voadores egípcios, que pouco me lixo. Viver com essa visão paraguaya de mundo perfeito e cheio de pessoas boas e sorridentes que se importam com seus sonhos de Querido Pônei não dá. Só nas novelas do SBT. Pois a vida de verdade está muito além dessa visão xexelenta, cheia de Charisma e maquiagem barata da Avon.

Parei.

quarta-feira, julho 14, 2004

"Ai, meu deusinho"

É muito complicado conviver com meu pai, mesmo estando dopada com antidepressivos.
Insuportável escutá-lo falando sozinho o dia todo, dando gritinhos e resmungando.

Ainda por cima terei que trabalhar nas eleições e tenho que ir no tribunal eleitoral hoje.
Que inferno...

terça-feira, julho 13, 2004

Estou quase batendo o recorde de dias sem blogar. Que coisa feia, Fabiana!
Após meses e meses como atração do Playcenter, fiz depilação no sábado antes de ir pra aula no cursinho com a Bi. Me sinto até mais leve. Infelizmente os pêlos crescem e logo serei a Mulher Macaca novamente. Mas resta aproveitar enquanto pareço gente.

Esta é a última semana do cursinho antes das férias.
E tenho sentido sono por causa dos remédios. Citalopram, Airclin e Loratadina.
Rinite ite ite.
Cansei.

Recebi ontem um cartão postal do Marcel. Estou tentando pensar em algo legal e criativo pra mandar pra ele. Pena que sedex e fedex sejam tão caros, senão ia mandar algo mais interessante.

Ontem mordi a bochecha e me sinto com um bife pendurado na boca. Autofagocitose.
Bizarro.

quinta-feira, julho 08, 2004

Estou me sentindo muito esquisita.
O anti-depressivo está fazendo efeito, mas me deixa me sentindo meio "opaca", apagada.
E sonolenta.
Não gosto disso.

terça-feira, julho 06, 2004


Eu e meu cachecol de 3 reais da Drogaria São Paulo.
Funcionários de drogaria não deveriam oferecer coisas assim pra almas compulsivas como a minha, afoitas por cachecóis quentinhos. Ele me disse que nas compras acima de 40 reias eu poderia adquirir este lindo cachecol exclusivíssimo da Drogaria SP por apenas 3 reais.
Sucumbi e saí saltitante. Posted by Hello

Citalopram

Acabei de voltar do psiquiatra e ele me receitou um anti-depressivo chamado Procimax.
Passei na Drogaria SP na Paulista e saí de lá com um cachecol vermelho de 3 reais.

E comprei uma bota branca lindona, e meu pai vai me matar quando descobrir.
Mas tudo bem.

Estou usando o relógio da Princesa Fiona que veio no cereal.
E detesto aqueles malas que te abordam na rua dando revistas velhas perguntando se você tem Mastercard ou Visa. O-d-e-i-o.

Daqui a pouco vou pra palestra de literatura do cursinho lá na Ana Rosa.
E depois vou no otorrino descobrir porquê ando tão ranhenta e esquisita.

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It's getting better all the time
I used to get mad at my school
The teachers that taught me weren't cool
You're holding me down, turning me round
Filling me up with your rules.
I've got to admit it's getting better
A little better all the time
I have to admit it's getting better
It's getting better since you've been mine.

domingo, julho 04, 2004

Lipoaspirando o cérebro.

Dias atrás tive uma crise depressiva já quase superada e senti que meu sistema imunológico também sofreu conseqüências. Chorei tanto que ouvia meu pulmão chiando. Isso nunca aconteceu. A não ser quando tinha bronquite, claro. Estou com o nariz entupido (só do lado direito), e quando desentope resseca demais a mucosa e arde. Como tenho todas as alergias respiratórias possíveis, imagino que seja por causa do convívio com as famílias de ácaros bem acomodadas no meu quarto. Marquei acupuntura pra quarta-feira e pretendo marcar psiquiatra também.
O engraçado é que meu blog sempre me serviu como um meio de aliviar tudo isso e botar pra fora o que sinto, já que não tenho terapeuta e anti-depressivos em meu convívio. Era meu modo de sobreviver a essas crises e tristezas e dessa vez não tive nem forças e nem vontade pra ligar o HAL e digitar. Madrugadas sem conseguir dormir e tendo crises de choro sem que conseguisse controlar, só tendo forças pra ir no banheiro pegar um novo rolo de papel higiênico pra enxugar o nariz e as lágrimas. Aí fui ver a lua, que estava bonita, e tentei me convencer que ficar com os olhos inchados parecendo um peixe no dia seguinte não seria bom, mas não funcionou.

Meu pai continua o mesmo babaca, cada dia pior, sempre desrespeitando meu espaço, sempre invadindo meu quarto e mexendo em minhas coisas, mesmo quando eu saio e deixo meu quarto trancado. Ele destranca, mexe em tudo e tranca novamente, como se eu não fosse perceber que ele guardou minhas roupas no armário desorganizando tudo que estava separado por categorias. Não satisfeito com a zona que fez no meu armário, levou também pra cozinha um pote plástico que fica em cima do meu vídeo e onde eu tento fazer que existam doces.
Ele mexe em TUDO! Tudo! Não tenho privacidade e nem direito a ter minhas coisas do meu modo, é horrível.

Antes disso fui numa loja de cds baratos com JP na sexta e fiz a merda de lembrar-me dele quando vi um cd que ele queria. Não devia ter comprado cd nenhum, já que ele só tem gestos cretinos comigo (meu pai e não o JP). Após dar o presente, abro meu armário e me deparo com a novidade, da puta zona que ele aprontou nas minhas roupas. Já tinha transcendido o ódio, o desespero e a desesperança um dia antes. Um desgosto a mais, um a menos... todos os dias são assim.

Hoje fiz a prova do concurso do MPU, pra qual estava estudando nos últimos dias. Só que eu não estudei nem metade do que deveria e acho que só com milagre mesmo.
Tudo isso me deixou muito tensa nas últimas semanas, porque não me sai da cabeça que eu realmente PRECISO desse emprego e de uma remuneração desse naipe pra resolver meus problemas atuais e me sentir meio gente depois de passar por isso por todos esses anos. De modo claro, desde criança tive o intenso desejo de morar sozinha. Sei que ainda demora, de modo que eu me contentaria com alguma dignidadezinha, como poder pagar o meu almoço no final de semana ao invés de ficar extorquindo meu namorado (eu detesto que ele pague meu almoço, meu cinema, meu plano de saúde). E trocar a fechadura do meu quarto, sem dúvida.

Tomo banho e me sinto o Wooky de tão peluda que estou, porque nunca tenho dinheiro pra me depilar, pra fazer as unhas, pra comprar uma calça jeans nova quando jogo uma ultra-velha-desgastada-roída-incendiada no lixo. Me sinto mais gorda que o próprio Rei Momo em dias de majestade no carnaval. Fico em casa engordando, com uma auto-estima debaixo dos tacos de madeira do piso e tudo isso me faz muito mal e me sinto um lixo. Sou do sexo feminino apenas na certidão de nascimento mesmo, porque não me sinto no direito de ter caprichos e essas pequenas vaidades femininas que são importantes. Mas sempre foi assim. Na 7ª série eu não podia usar bermudas no verão como minhas amigas, porque zoavam com minhas pernas peludas, além de eu não ter muitas opções de roupas (tive que cortar uma calça jeans velha pra improvisar uma bermuda na época). Me sinto um macaco de circo.

Sinto que alguma coisa mudou em mim nos últimos dias, como se algo tivesse morrido definitivamente, mas talvez seja só o estado alérgico que deve ser uma rinite.
Como se a esperança tivesse ído embora de mim e fosse pro sertão da Paraíba rodar bolsinha.

Talvez tudo possa parecer fútil aos olhos de quem não me conhece ou lê meu blog pelas primeiras vezes (se bem que eu duvido que alguém tenha paciência e interesse o bastante pra isso), mas realmente é muito difícil você simplesmente abdicar de sua essência por toda a vida porque vive com pessoas incapazes de compreenderem e incapazes de te olharem e perceberem que você tem alma.
Eu gostaria de ter um espírito manso e conformista, de modo a me acostumar e parar de sofrer e me destruir com essas coisas, mas eu jamais consegui me desvencilhar desses sentimentos e isso não é novidade alguma. Só que eu já estou bem crescidinha e já deveria ter superado isso de vez, embora o convívio desgastante aqui em casa não me deixe brechas pra um respiro. Talvez uma medicação seja um alívio imediato ou um coadjuvante nessa lenga-lenga que é minha vida.

Eu preciso muito achar um ponto de equilíbrio, de modo a dar um rumo à minha vida e conseguir realizar mais, me permitir sonhos novamente e me livrar desses laços de inércia e apatia que me prendem junto com esses sentimentos negativos da depressão.
O que mais dói é quando você cresce tendo demonstrações explícitas de que você "não tem direito a sonhos" e ao sucesso porque seus pais não tiveram e não possuem estes interesses pelas novidades como você, ou mesmo ambições de fazer planos, mesmo que bobos, mas tão significativos pra dar um sentido à tudo isso.

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Encerrando um pouco o lado ruim da história (talvez acentuado pela pressão psicológica da iminência da prova de hoje), recebi os cds que a Leni gravou pra mim, os cds do Belle and Sebastian que o Juca me mandou de presente e o livrinho da Aline e seus dois namorados, que estavam na minha wish list, fazendo com que ele tivesse essa resolução de me enviá-los. Eu adorei e fiquei muito feliz com a surpresa. Fiquei meio pasma, confesso.

A Bi veio me visitar na sexta-feira com a Jackie O. e pude conversar um pouco sobre toda essa bagunça. É sempre bom ter ela por perto.
Me enchi de paçoca e tentei pedalar alguns dias durante a semana passada também.

Quinta-feira passada jantei com o JP e na sexta fomos ver Matadores de velhinhas, embora eu não estivesse nada entusiasmada pra ver esse filme. Queria mesmo era ver Harry Potter, que ele já havia prometido há muito mais tempo. Provavelmente irei ver sozinha durante a semana se eu conseguir arrumar alguns trocados. Carteirinha de estudante salva.

Hoje assisti novamente O homem que copiava com JP e tentei assistir O gato, que eu já queria ver desde que ele estava em cartaz (e já faz um booommm tempo). Se o sono não me vencer (acordei antes das 7hs hoje por causa da prova), tentarei assistir antes de dormir, já que tenho que devolvê-la na locadora amanhã.

Sábado joguei na mega-sena e só fiz dois pontos.
Preciso tentar novamente. Vou ganhar.
Eu penso positivo, estão vendo? Minha natureza é assim.

E a vida continua. Por enquanto pelo menos.