quinta-feira, abril 18, 2002

Grunf.
Quero que as aulas do senac acabem logo... preciso de mais tempo pra estudar algumas coisinhas, terminar alguns projetos que deixei pelo caminho, e perder esse medo inconsciente de ter sucesso nas minhas coisas. Tenho que terminar tudo. Ponto final!
Entre elas, me dedicar um pouquinho a coisas mais artísticas. Estava pensando esses dias, antes de eu me matricular no senac, estava matriculada na Escola Panamericana de Arte. Hoje, estaria cursando meu segundo ano. Tento imaginar como seria se tivesse optado por aquela opção, ao invés dessa... como seria estar fazendo arte agora, ao invés de estar no técnico em info.
Bem, de qualquer modo, agora eu TENHO que terminar isso. Foi a minha escolha. A EPA fica pro futuro. Quem sabe não consigo mesmo fazer? Ou quem sabe algo melhor? Por que não?

Pensar no futuro, e no que estamos deixando pra trás, enquanto o tempo voa, é de certo modo assustador. É tudo novo, e o que é novo assusta, pois nem sempre as coisas acontecem como prevemos, ou como gostaríamos que fosse...
Estava lendo alguma coisa relativa a isso esses dias, de como era o futuro para nós quando éramos crianças.... somos pessoas do século anterior. E antes, imaginávamos o ano 2000 como algo fantástico, com carros voadores e coisas maravilhosas, imaginávamos a odisséia no espaço, como nos filmes de ficção. Enfim, já estamos em 2002, já passamos até pelo suposto bug do milênio e nada.
Nem tudo continua igual. A tecnologia não é tão maravilhosa como nos filmes, mas não está longe. Talvez, a tecnologia da ficção até exista, mas ainda está em segredo em laboratório. Talvez porque não estamos preparados pra tais maravilhas tecnológicas. A ganância tranforma potenciais formas de progresso em possíveis fontes de destruição. E auto-destruição.
Não duvido que já exista por exemplo, uma potencial cura para a AIDS. O problema são os intere$$es das grandes indústrias, que controlam o conhecimento para fins próprios. É como as indústrias farmacêuticas multinacionais, que vêm às nossas florestas extrair o conhecimento milenar dos povos que a habitam, patenteando o conhecimento que foi dado pelo índio e pela natureza, em benefício próprio. E vão nos saqueando pouco a pouco, sem que ninguém tome conhecimento.
Pois é... a elite paga e os que não podem, que morram na miséria da indiferença dos outros.

A vida é assim. Competimos com tudo e com todos. Em busca de nossas migalhas, temos que disputar cruelmente nossas vaguinhas em nossos empreguinhos, em tudo.
Todas temos que ser loiras, peitudas e magérrimas, igual à Barbie, para que possamos ser aceitas pela sociedade patética, que só quer engolir o que agrada aos olhos.
Quando isso vai acabar? Aonde iremos parar?

Poxa, o futuro será mais violento do que está agora? Nunca tivemos aqui no Brasil tantos casos de sequestros, crimes bizarros... a pobreza aumentando pela ignorância...
Mulheres, fechem as pernas!!! Pobres não podem ter filhos. É pedir pra continuar com o ciclo de miséria. Se mal tem onde cair morto, pra que botar mais um no mundo pra sofrer? É algo sem sentido. Total nonsense.

Meu Deus, e tudo isso porque estou pensando no meu futuro. Paro pra pensar no meu umbigo e acabo saindo do meu cotidiano, para ir aos problemas comuns, da sociedade. Talvez nem esteja pensando tanto nos outros, como pode parecer, porque mesmo o que beneficiaria muitos, acabaria sendo diretamente benéfico a mim. Ou talvez não...
Será que é legal fugir de um país como o nosso e virar as costas para nossos problemas, camuflando-os com o isopor "cultural" de Miami? É legal largar pra trás tudo o que temos de mais belo, para que continuem a destruir, só porque não queremos nos dar ao trabalho de mexer no que está errado?
Até quando temos que nos calar?

Mesmo no senac, quando fui pra aula, cheguei a ser humilhada pelo coordenador, porque ousei o desafiar. Eu sei o que está errado. Eu sei o que fazem debaixo dos panos. Por que temos que deixar de exigir o que é nosso por direito e engolir desaforos? Pra que meia dúzia entre milhões se beneficiem de nossos esforços? Palhaçada!
Me dá mesmo vontade de largar este país, de ir pra outro planeta na verdade. Mas não posso imaginar que a maravilha que estou tendo agora de poder escrever um monte de merdas na internet (e como é bom fazer isso...), não possa ser feito por uma garota da mesma idade que eu, e que poderia ter a mesma capacidade intelectual que eu, que está em alguma periferia desta mesma cidade, se preocupando com alguma futilidade de seu mundinho sem perspectivas.
Por que umas pessoas podem e outras não?
Por que as pessoas não dão valor ao que tem até que tudo seja perdido?
Por que tenho que respirar poluição sendo que poderíamos e deveríamos ter melhor qualidade de vida junto com as melhorias da tecnologia e os avanços da ciência?
Por que?
O que vou ser amanhã? Um montinho de merda? Ou algo bom?

Não sei por quanto tempo poderei aguentar tudo isso. Parece que estou ficando saturada com tudo isso.
Vejo as coisas acontecendo lá fora, e meu medo de interferir veio pelas reações contrárias das pessoas que conspiram contra você. Conspiram contra o bem. Será pra defender a si mesmos? Por medo? Ou será que é pra defender intere$$es próprios.
Ao governo, convém que todos continuem ignorantes. Ignorantes não contestam. Ignorantes engolem tudo.

Palhaços... botem suas perucas de Bozo e vão para o inferno, se é que já não estamos em algum. Podemos construir o inferno mais quente que o próprio inferno dos mitos, se quisermos. Hitler fez uma vez. Por que um outro não poderia fazer pior?
Sábios sabem convencer e manipular as pessoas como bem querem. Podem direcioná-las para o bem. Ou não.
Fazem a tecnologia, para melhorar a vida de todos.
Usam a tecnologia para o interesse de poucos.
Manipulam as pessoas com a tecnologia, que é dominada por esses poucos que podem sustentá-la.
A tecnologia de nada servirá se não souberem usar com cautela e inteligência.
O mundo não está preparado para tudo isso.

Enquanto viados como o Bush, Bin Ladens e Carla Perez existirem em nosso planeta, nada estará em equilíbrio.
Óbvio que é educação que falta. Mas não é algo que possa ser resolvido com meia dúzia de escolas novas. Em pouco tempo serão depredadas, como muitos fazem por aqui. Quem disse que o homem colhe o que plantou, estava certo.
Nossa situação deriva do plantio de sementes podres, durante gerações e gerações.
Que fazer com ervas daninhas cobrindo grande parte de nosso espaço? Somos minoria? Ou não? Somos poderosos e capazes o suficiente pra reverter esse jogo?
O que está feito, está feito. O futuro é o que interessa agora.

Não quero pensar em um dia ter filhos comendo isopor num McDonal'd de quinta categoria. Podre símbolo do capitalismo. Alimenta o status de imperialismo econômico de uma nação que está pouco se fodendo com o resto do mundo. É como os velhos aqui de casa, que só vêem o que a eles interessa. Só ouvem o que lhes convém. E manipulam as verdades, distorcendo a realidade.
Conclusão: será que estamos em Matrix?

...

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