domingo, agosto 18, 2002

Odeio meu pai. Ele é um bunda mole. O viado chegou de viagem hoje e a Stefânia (namorada dele) está com o braço machucado, pois levou um tombo. Ela não pode dirigir, pois tem que deixar o braço na tipóia. Então, falei pra ele ir dormir na casa dela para ajudá-la. É o que qualquer pessoa faria pela outra, não? Ir lá ajudar ela é o mínimo aceitável, ainda mais que ela sempre se dedica pra caramba a ele e faz tudo o que ele pede. Quando é ele que quebra o braço, ela leva ele no hospital, faz curativo, cuida. Quando é a vez dele de retribuir isto, ele simplesmente deita no sofá e reclama. Se eu tivesse carta de motorista, levaria ela até lá numa boa. Mas o frouxo do Samuel (não posso mais chamá-lo de pai, sinto muito) não move um dedo. Tudo pra ele é sacrifício, nada é feito de boa vontade. Ficar descansando o dia todo é motivo pra deixá-lo cansado.
Tudo cansa. Ele é sempre a vítima em tudo. É um FROUXO. ODEIO ELE.
Já estou "acostumada" com isso. É foda.
Meu pai não é motivo de orgulho. Olhar pra ele é ver a derrota. Olhar pra ele é ver fracasso e frustrações. Me envergonho dele.
Quando espero que ele faça um gesto pela pessoa que está ao lado dele, me decepciono mais uma vez. Mesmo sendo a decepção a única coisa que espero dele.

A solidão será a melhor companhia que ele terá antes de morrer. É isso que ele cultivou pra ele mesmo. Triste.

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