segunda-feira, junho 23, 2003

Hoje vi minha querida Haze, pena que tão rapidamente. Fui à Santa Ifigênia, o antigo reduto das compras geeks (onde agora só tem baiano feio enchendo o saco pra recarregar cartuchos de impressora no meio da rua) e fui tentar achar cooler pro PIII da minha amiga, além de ver preço de memória, HD, essas coisas. Fazia tempo que não ia lá.

Eu me divirto à beça indo ao centro, principalmente quando passo na porta daqueles puteiros que tem na Ipiranga e só escuto as preciosidades: "sexo ao vivo com 40 garotas e blábláblá" e só fico observando os transeuntes "finos" que vão entrando lá. Discretamente, gosto de olhar a cara das infelizes que se dedicam ao ofício do sexo por dinheiro. Aquelas caras medíocres, tão iguais, de mulatas pobres que tiveram que se virar pra sair de casa. Talvez porque não tivessem casa. Chega a ser estereótipo; são todas iguais. Talvez algumas gostem, senão todas, da função a que se dedicam. Camelôs atravancam o caminho e logo alí passa-se em frente a uma banca de revistas pornôs e eróticas gays, algumas visivelmente velhas e usadas (fico pensando como devem ser higiênicas, mas que se dane, eu não vou comprá-las mesmo). Ao meu lado, passaram dois travestis de rosto estranho, no qual nota-se a barba mal feita e outros traços masculinos que tentam disfarçar. A apologia à gonorréia reluz nos globos espelhados entre as cortinas vermelhas da entrada dos estabelecimentos do pecado carnal. Peitos paraibanos devem suar lá dentro, acompanhados de um sorriso banguela e cariado. Glorioso.
O centro é o melhor lugar de SP para se observar pessoas esquisitas. É divertido catalogar pessoas.

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