sábado, junho 12, 2004

Minha vida parece estar cada vez mais estranha, embora sempre igual. Está sendo árduo viver aqui e ter de conviver. Aturar manias horríveis, sempre varrer a auto-estima pra debaixo do tapete imundo e rasgado pra sobreviver, ter de ser forte e encarar tudo de cabeça erguida como se isso não me cansasse diariamente. E não reclamar. Isso eu não consigo.

Intolerância, ignorância, pusilanimidade. E parece que cada vez mais eu mesma me pareço com aqueles que desprezo. Estarei ficando (ou já sou, sempre fui e nunca notei) ignorante? Tenho medo, tenho muito medo disso tudo.

Quero ter minhas conquistas e não me sinto com forças pra isso tudo.
O desgaste de me manter viva e de cabeça erguida me tira os sonhos e esses desejos viscerais de vitórias porque todos os dias morre um pouco de mim. Todos os dias sinto que algo externo aniquila algo bom dentro de mim.
Logo só restará o que não presta.

Todo dia choro um pouquinho e me amparo nas minhas compulsões (alimentares, claro).
Sinto felicidade e infelicidade extremas como quem acende ou apaga uma lâmpada.
Sinto raiva e me destruo com esses sentimentos imbecis.

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