terça-feira, março 01, 2005

As pessoas e o amor pelos problemas.

Gostaria muito que algumas coisas fossem mais simples, que a vida fosse menos amarga e mais doce e eu comesse menos doces também, assim poderia emagrecer.
Não sei como deveria me sentir em situações que você cai em si, e nota que você tenta encarar as coisas numa boa estando tudo uma merda e de repente percebe que as pessoas sem problemas relevantes arrumam pseudo-problemas para dramatizarem suas vidas só pelo prazer de se dizerem infelizes vítimas do mundo. Tá, talvez eu seja uma delas em certos momentos, mas na verdade sinto um certo desprezo em relação a tudo isso, e até às pessoas nesse caso. Porque quando elas começam a se queixar da redução dos mimos habituais como se fosse o fim, e você sem pestanejar sempre aceitando suas sobras, aquilo que não serve mais, sem dignidade alguma, dá uma grande sensação de tristeza. Não sei se por mim ou por pena alheia.
Quero que meu pai volte logo pra casa, que tudo corra bem, eu consiga bolsa de estudos na Puc e possa continuar o curso de inglês aos sábados. Seria muito?
E um estágio ou emprego também viria em boa hora. Porque diferentemente de outras pessoas, só conto com meus pais pro estritamente essencial, e sempre com a incerteza e o medo de até quando isso vai durar, com a nítida visão da realidade, que mesmo isso é bastante frágil e pode acabar agora mesmo. E eu não queria que fosse assim. Me sinto extremamente desamparada, sem saber pra onde ir. E não quero que me digam "contem comigo" e aquela conversinha habitual que todos sabem ser apenas mera cordialidade. Eu não quero a caridade alheia. E certas vezes eu mesma duvido de que tenha alguma força de fato ou algum vigor e talento pra construir uma vida mais espessa.

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