quarta-feira, setembro 14, 2005

Toda cagada.

Não sei até que ponto as pessoas se suportam em ambiente familiar, só sei que todo dia me esforço pra não rolar um fight club aqui em casa, só que não sei até quando eu vou conseguir me controlar, que limites essa angústia vai atingir, e o que vai acontecer depois.

Depois as pessoas ligam para me encher o saco, para falar de amenidades... acho que uma das piores coisas é crescer numa família que não te dá amor. Depois não entendem porque existem pessoas "neuróticas" como eu. A falta de amor dói bastante. Não esse amor de homem x mulher (ou mulher x mulher, homem x homem, como queira o freguês), mas o amor de mãe, de pai... passar a vida achando isso normal e de repente descobrir que não é, ver o quanto te privaram disso tudo... é de foder.

Acho que eu nunca serei capaz de parir, porque eu tenho medo de ser escrota com quem não merece. Já me basta meu gato, que me dá muita alegria (embora quebre coisas, morda e me acorde às 7hs da manhã todos os dias).

Estou cansada dessa vida de neuroses, de viver esperando pelo próximo chilique do meu pai e não entender quando ele não vem, e se surpreender quando ele vem, porque o chilique vem sempre pelo motivo mais estúpido e banal. É claro que eu gostaria de já estar longe daqui há muito tempo, mas eu me acomodei e fico choramingando feito uma palhaça.

O fato é que eu cresci com a ausência de auto-estima. Eu não sei me dar valor, não sei me respeitar. Eu sei apenas o que eu não quero ser, mas não chego a ser metade do que eu deveria e me sinto cretina, pois eu enxergo isso e depois caio de novo nesse abismo, nesse mar de cocô. Só que eu quero mudar isso, quero sim. Sem ajuda mesmo, eu tenho sido forte desde sempre e acho que não dá mais pra empurrar com a barriga (que está imensa por sinal).

E blog é pra isso mesmo, pra chorar as pitangas, molhar o teclado, escorrer o nariz.
Se meu pai morrer é óbvio que vou ficar bem triste, mas a princípio isso seria um GRANDE alívio. Estou sendo sincera (como sempre), não vou matá-lo (sempre há idiotas que fazem interpretações imbecis) embora tenha vontade.
Só sei que minha paciência tem limites e eu até iria embora de casa hoje, não fosse o Snarf. Snarf não tem culpa de meu pai ser um idiota, eu não posso levá-lo comigo pro meio do nada. Só sei que pretendo dar o fora daqui antes de dar mais merda. O dia que eu perder o controle vai voar sangue na parede eu não estou a fim de limpar.

Um comentário:

Mel disse...

Ish. Olha, esses assuntos familiares assim são ferrados... =0P Mas acho que auto-estima vem da gente mesmo. Saca só, eu moro com um irmão e uma Mãe que não aprenderam a me valorizar e só me chamam l.l quando um deles está passando mal, porque, aparentemente, eu sou um bicho controlado que não sai armando escândalo e ainda leva água com açúcar pra todo mundo. A minha auto-estima aparece das coisas que conquistei. Tipo, teve um dia aew l.l que desenhei para uma colega e esta me pagou um real pelo serviço. Foi serviço bobo, barato, mas me senti o máximo. E, confesso, há dias em que l.l não posso me olhar no espelho i.i... Mas até aí, não é problema que um caminhoneiro não resolva. E de resto, só te mando um "agüente firme". Bye =0D.