quarta-feira, junho 25, 2003

Pois é. Pelo visto a profecia se concretizou e a Stefânia deu o pé na bunda do meu pai. E com razão. Agora a vida dele volta à estaca zero. Se ele só saia arrastado por ela, agora só sairá no dia do seu próprio enterro, arrastado pelos caras do IML. Se depender dele, sair pra dar uma volta e ter amigos, serão duas coisas utópicas e surreais. Juro que não consigo entender. Aliás, pra quem não tinha a menor maturidade emocional, passou a vida toda pendurado na barra da saia da mãe, que atendia a todos seus caprichos, o tornando dependente e inútil, é até admirável que ele tenha tido uma namorada um dia.
Não adiantou falar que ele estava a tratando mal, como se ela fosse uma empregadinha, se aproveitando do amor que ela nutria por ele. Acho que ele não chegou a amá-la de verdade. Acho que nunca aprendeu o significado dessa palavra, amor. Está tão despreocupado, tão alheio à situação! No fundo, ele deve sentir a falta dela. Mas talvez, só a falta da figura feminina que o servia como se fosse sua obrigação estar agradando. É lamentável. Nem sei como durou tanto.
Uma vez escutei de uma amiga minha: "que bom que seu pai está namorando! Agora já não tenho mais receio de ir à sua casa. Antes ele me olhava com aquela cara de velho babão e tarado.". Ninguém merece.
Depois não entendem porque eu insisto em me meter nesses assuntos. Isso me incomoda diretamente. Sobra pra mim, é claro. Mas nada que já não fosse esperado.
Uma pena.

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