domingo, maio 16, 2004

Passaram talquinho de enxofre no meu popô.

Meus pais são um carma que me farão ser canonizada se eu conseguir agüentá-los.
Mas, é mais provável que eu vá pro inferno por deixar mãe esperando no domingo pra eu almoçar com ela. Tenho culpa que ela mora no quinto dos infernos e eu odeio profundamente ir lá? Odeio ter que pegar lotações clandestinas cheias de gente estranha ouvindo pagode e motoristas semi bêbados na via Dutra olhando pro banco de trás enquanto dirigem.
Definitivamente, eu odeio isso. Não tenho culpa se ela resolve fazer almoço naquele lugar. Poderia fazer aqui, mas não, ela faz lá no final do universo.
Ou vou contrariadíssima e com uma puta cara de cu ou fico e não perco meu dia e depois ouço ela reclamando e me deserdando pela vigésima vez consecutiva.

Por que não me deram pais normais, pô?
Meu pai tá carente e resolveu encher meu saco. E fica perguntando do JP, porque gostaria de encher o dele também. Engraçado que ele diz ter tantos amigos, e no entanto, o inerte fica aqui sozinho e sobra pra mim. Isso não ajuda em nada a débil saúde mental dele.
E nem a minha, que sou obrigada a ouvir os gritinhos histéricos pela casa.
Sabe surrealidade, maluquice, non-sense? São palavras feitas pra descrever minha família.

Acabou meu crédito no cartão do ônibus e não deve ter nenhuma lotérica aberta hoje pra botar. E não terei dinheiro pra botar. Essa história de não ter dinheiro já encheu o saco. Essa semana tive que ligar pro JP no meio da noite pra ele transferir 10 reais pra minha conta, porque não consegui passar R$7,60 no redeshop no Pão de açúcar. Humilhante.
Hei de passar em algum concurso, se Deus quiser e Ele que não se atreva a me sacanear.

Comi feito um dinossauro essa semana e a balança já acusou. Eu não tenho mais onde engordar, já engordei tudo o que podia e não podia. Tô um verdadeiro monstro do pântano. Só não tô pior porque já tomei banho hoje.

O dia está ensolarado e o céu azul.

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