quinta-feira, novembro 11, 2004

Pseudo-levitação momentânea. Antes que uma bomba caia em meu cocoruto.

Que a minha vida é esquisita não é novidade, mas ando com a sensação de que as coisas andam melhorando, talvez. Se é uma falsa sensação eu não sei, mas hoje pelo menos, tirando a existência histérica do meu pai, tudo parece satisfatório e calmo para pensar, refletir e criar. E eu não me sinto um "poço de mau olhado", como um anônimo imbecil sugeriu num comentário aí abaixo.
Quando meu pai não está por perto me aborrecendo de algum modo eu me sinto bem, com aquela paz de espírito que os charlatões tentam oferecer em livros de auto-ajuda, e que no entanto é algo que só você pode se dar.
Infelizmente não vendem cérebros no Polishop, que é uma das poucas coisas que conseguem me enfurecer quando eu volto a constatar a realidade exterior. Se preocupar muito com o mundo lá fora e com o que as pessoas fazem, pensam e dizem é um mal desnecessário e evitar este contato com a burrice alheia é uma boa opção.

Está chovendo e eu estou feliz de alguma forma, mesmo sem precisar de um motivo especial pra isso. Talvez seja simplesmente um dia bom e pronto. Daqueles que se intercalam com dias tenebrosos e chochos. Talvez os ditos homens sábios tenham exatamente esta consciência, de que os dias ruins são também necessários e virão certamente, mas nem por isso se abalam ou se preocupam antes da hora, de modo que podem aproveitar os dias bons com plenitude e felicidade, o que torna as coisas mais agradáveis por conseqüência. E é justamente isso que faz a diferença. Quem gosta afinal de pessoas negativas e remelentas por perto? Já o contrário também se nota, de modo inverso; algumas pessoas são agradáveis de se ter por perto, talvez porque saibam viver suas vidas sem se preocuparem muito com a vida dos outros e com os problemas vindouros. Sofrer por antecipação é uma porcaria, enfim.

Essa semana minha mãe apareceu aqui em casa e fiquei feliz de vê-la, e também feliz porque finalmente ela passou a me tratar melhor com a maturidade dela. Isso só prova como o tempo às vezes faz bem às pesssoas, e como o passar dos anos as modificam profundamente. Claro que isso não é uma constante, mas é natural que seja assim.
Tenho uma flor nova num copo d'água na minha janela.

Tenho várias coisas pra fazer. Já que minha organização é uma coisa meio utópica, melhor eu ir fazendo o que deve ser feito, que ficar parada esperando as coisas mudarem. E mudar é uma das coisas que considero mais importantes na vida. Só duas coisas não mudam: meu pai e a inevitabilidade do destino e do desconhecido. E a morte, que um dia chega pra todos. Mas não vou mudar de assunto, vou mudar coisas mais imediatas e materiais mesmo. Vou lá, mas volto.

E a quem possa interessar e tenha notado, realmente tenho passado menos tempo conectada. Talvez seja exatamente esse o X da questão. Não acho que esteja sendo ruim essa coisa de passar menos tempo conectada e morgando em frente ao computador. Tem muita coisa interessante pra se fazer longe das teclas também. Pra quem ainda não percebeu, fica a dica.

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